terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Cautela















Pensa o que que quiseres
lembra do que desejares
recorra ao que te possas dar o que não mais poderei
Não te perturbes com meu silêncio...
não me busques no óbvio,
quando posso estar em Marte, Júpiter ou Vênus...
Eu me calo ao passo que meu silêncio grita, berra, reclama
a injustiça que às vezes não percebemos...
falar pra quê???
quem fala menos, erra menos!!!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Sementeiro



















Sofro a todo do mal das palavras
Falo o que penso, sem senso nenhum
Sou sementeiro que o teu solo lavra
Minha enxada é a palavra, do senso comum
Minha sabedoria não é cientifica
Minhas idéias
não são comprovadas de maneira nenhuma
Minha certeza só vem da vitória,
Inferno, purgatório ou gloria
Depende da banheira, depende da espuma...
Minhas verdades são ácidas
Minhas frases irônicas e provocativas
Minhas canções percorrem linhas plácidas
Mas minhas músicas são significativas
O meu falar é repleto de erros
Sou, quando tento ser preciso, principiante
Me falta a rima para a palavra acima
E rimar não me anima, nem nada, neste instante
Sofro a todo do mal das palavras
Luto com elas e não posso vencê-las
Falo o que penso, sem senso nenhum
Sou a minha verdade rebuscada e embaralha
Escolha sua carta, descarte ou passe
Me truque, me enlace, com seus truques de mulher
Me diz o que quer! sou todo ouvir...
Me diz e eu falo ao pé do seu ouvido
Sou dono das palavras e com elas eu duvido...
Me espere, se desespere e tente escapar
Olha o baralho, ainda queres jogar?
Sei não, não sei... te intimido?
Lucidez e loucura se confundem por aqui
Gloria, purgatório ou inferno
Depende da camisa...
... de força? ou gravata e terno...?

domingo, 12 de dezembro de 2010

Agramatical



















Às vezes eu não quero pontuar as frases Nenhuma Nem as interrogativas vão me questionar Não, nem elas! às vezes não uso maiúsculas! as vezes eu nao quero por todos os acentos mas temo que pensem que nao sei acentuar. Por, vezes, não me, incomoda, a falta das vírgulas, e, ainda, prefiro dizer, que prefiro a ausência de uma vírgula do que o seu emprego indevido em uma frase oração subordinada substantiva objetiva direta completiva nominal adversativa causal conclusiva explicativa coordenada assindética por justaposição ou sindética aditiva adversativa cujo ser porventura possa ter esquecido ou talvez quem sabe só desistido de usá-la. Ah sim, falava sobre vírgula!


Mas vou confessar que eu só queria de volta, ao menos, o trema... ü!

Às vezes luto contra um anacoluto... e por mais que o sol brilhe. E você ame Diana... Diana, Fala Diana, fala que eu te escuto!

Às vezes não me importo em repetir várias vezes a mesma palavra em várias partes de um mesmo parágrafo de texto ou em várias coisas que eu escreva... ou mesmo em todos os parágrafos do mesmo texto! Às vezes me importo muito com isso e não tenho outra palavra para pôr no lugar... ainda que vasculhe meu léxico inteiro...

Sometimes eu uso alguns estrangeirismos. But... not always! Às vezes me importo muito com isso e não tenho outra palavra para pôr no lugar... ainda que vasculhe meu léxico inteiro... e às vezes eu repito frases!

Às vezes eu não dou importância aos conceitos de paragrafação que me ensinaram ou não na escola.

Não mesmo.

Nem ligo!

Às vezes dou bola e às vezes não dou bola...

Às vezes me irrito quando repito ou sou pressionado por força do hábito a rimar... às vezes não me importo com esta indelicadeza e até enxergo beleza onde não há... às vezes uso muito às vezes mas nem em todas as vezes preciso de acentuar... às vezes faço rimas no infinitivo que é o maior incentivo àqueles que não sabem rimar. Às vezes eu quero que nada rime. Odeio combinações que combine com que não se deve combinar... às vezes sou redundante e supérfluo, re-explicando o sentido de tudo que já ... que já... às vezes sou tão reticente que... dou a entender... que... que não sei... bom, sei lá...

Às vezes não concerto (conserto) os meus erros, deixo tudo como esta (está) ... às vezes quebro todas as regras impostas... noutras acho que tudo é proibido. Às vezes sou tão metafórico que deixo de ser humano e me torno a própria palavra. Noutras penso que sou o Messias, literalmente! A palavra se fez carne.

Às vezes sou tão antítese que sou a mais coerente das pessoas.

Às vezes sou tão aliterado que isso sem, que se perceba, soa super sem graça.

Às vezes sou tão silogista, (e por vezes até Neologista) como Sócrates. Sócrates morreu,

Sócrates era Silogista

Logo...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Monólogo Final















Eu que tantas vezes perdi meu olhar na imensidão dos teus olhos
Que por qualquer motivo se mantinham fixados nos meus...
O que te dizer neste momento minha querida?
Se qualquer palavra que pudesse sair por detrás deste bigode suaria falsidade
O que te dizer nesta hora tão inoportuna e claramente desagradável
Se a serenidade destas minhas palavras já não a podem convencer a trilhar um caminho mais consistente?
O que te dizer em uma oportunidade como esta...
Se minhas atitudes falam muito mais do que qualquer olhar de reprovação que eu possa te lançar?
O que te dizer a essas alturas da vida, se todas as minhas palavras soam derrotadas?
Como te aconselhar, ou mesmo oferecer meu ombro amigo, tendo sido tão incapaz de lhe expressar qualquer sentimento de carinho?
A frieza tomou conta de todos meus gestos
Nada mais aqui é emoção;
Passei a agir com uma racionalidade que me faz acreditar que não há mais cores no mundo
Que tudo é exato como dois e dois são quatro
Me falta a emoção nas palavras para tentar lhe convencer
Me falta sensibilidade para te dizer o que é certo e errado
e fazer você acreditar que estou sendo o mais sincero possível,
que minhas frases, todas com ar de decoreba estão sendo realmente
o que se acredita dentro do peito experiente de amigo amado, pai, irmão mais velho...
Que quer o melhor pra você!
O que te dizer nesta hora, se minha cara lhe chama a uma realidade mentirosa, mesquinha
Se tudo o que eu possa lhe dizer que é correto, só me faz acreditar no quanto sou hipócrita
Que quando me trancar no quarto, vou me matar de uma tristeza, que de tão terrível não me permite nem sequer chorar
Pois nem mesmo meu choro é verdadeiro, e minhas lágrimas sabiamente não se curvam a tamanha mesquinharia
Pois bem, sendo eu este ser, tão terrível que se esconde por trás de palavras que parecem tão concisas, do fundo do meu coração e com a maior sinceridade que posso buscar dentro de mim
Só posso lhe dizer para que siga o teu coração
Siga-o, enquanto o tens, pois na tentativa de não me expor, de não me frustrar, de não me envolver, de não errar, de te manter segura, de me salvar...
De não sofrer... e não magoar
me tornei tão racional na vida, que nem coração eu tenho mais...
estou saindo por esta porta, antes que as proporções deste monólogo se tornem duras demais
estou saindo agora, para que minhas atitudes, ao menos uma vez na vida valham mais que as palavras
e que nem eu, e nem você tenhamos que olhar nos olhos do outro, e dizer o que nós dois sabemos há muito tempo: acabou!

sábado, 27 de novembro de 2010

À namorada que não tenho



















A namorada que não tenho
Me pega sempre de surpresa
Me olha na rua
E me deseja e me não deseja
A namorada que não tenho

A namorada que não tenho
Não me liga
Não me manda flores
Não me deseja feliz aniversário
Não faz versos
Não compõe amores
A namorada que não tenho

Não me olha como quero
Não me abraça como preciso
Não faz nada que faz namorada
Oh Deus que namorada errada
Essa namorada que não tenho

Ahhh e não sabe nem quem eu sou
Não se preocupa se bem ou mal estou
Não me dá um presente e não se faz presente
Não me pinta em desenho
Não tem uma música comigo
A namorada que não tenho

e... Não se perfuma para mim
Não se depila
Nem sobrancelha, nem axila...
A namorada que não tenho

Não vê prazer em estar comigo
Não vai comigo ao cinema
Não conhece meus amigos
Não me percebe feliz ou triste
Não sabe dos meus instintos
Aliás nem sabe que eu existo
A namorada que não tenho

A namorada que não tenho
Não sabe aonde estou indo
Não sabe, e por isso não se encontra comigo
Um dia a gente se cruza,
Venha e me avisa...

Venha como a brisa, vem e me abusa
A gente se aquece, se esquece, te uso, me usa
Me encontre, me beija, beijo de lua cheia, na chuva
Estarei sempre voltando de onde venho
e nessas idas e vindas te encontrarei
namorada que eu não tenho!

sábado, 20 de novembro de 2010

Mal-me-quer...



















Corre a moça sem rosto no campo repleto de flores
Campo repleto de flores repletas de pétalas de mal-me-quer
Corre a moça sem braço pelo campo
Com as mãos que não posso ver
Cheia de coisas que imaginem
Não se pode ter!
Cheia de sonhos que não podem ser...
Corre a moça cheia de sorriso pelo campo
Campo que já não se pode capinar
Corre a moça sem pernas ao encontro
Ao encontro de um abraço
Que não a encontra no ar
Em um lugar que ela, ela não está
Corre a moça sem joelhos
Sem olhos, sem seios
Sem quadris... corre feliz
Embora sem vida, corre com flores na mão
Dores no coração
Sonhos de uma outra estação
Vida em outra dimensão
Corre a moça.
Sem moça, ela corre...
Corre pra vida, corre pra morte
Corre pro prazer e não vou rimar minha sorte
Corre por correr e correndo tropeça
E, por favor, moça não me peça
Que eu vá lhe socorrer
Sim moça, que um dia correu de mim
Nunca me foi mulher
Corra pra quem quiser
Corra! Ou morra, moça que não conheci
E que não existe. E ainda assim persiste
Em passar por mim todas as noites...
Deixar teu perfume. Malícias, chicotes, açoites...
Mas corra, para o que der e vier
Corra pra outro... com flores de mal-me-quer!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Mancha



















Queria uma canção pra mim
Que falasse um pouco
Do que me sobra além da nostalgia
Queria uma canção pra mim
Mas ela derrubou sobre a toalha branca
A taça de vinho
A taça se quebrou, a toalha se manchou
Seus dedos se feriram
Como dedos que se ferem no espinho
Queria uma canção pra mim
Não tenho, canto sozinho

domingo, 10 de outubro de 2010

Excêntrica













Põe-se sob o olhar da lua a vagar sem rumo
Toda de branco contempla a vida noturna
Pés descalços pisam passos desconhecidos
Sorrisos incontrolados sugerem a tua fortuna

Onde mais na terra teria meu corpo lugar mais aquecido?
Deitado olhando o teto não vejo na vida razão nem sentido
Quero a tua extravagância presente ao meu lado
Seu jeito esdrúxulo a me notar repetido

Enquanto aqui a solidão me pesa sobre as costas cem quilos
Corres na areia duma praia desértica e inexplorada
Os coqueiros te olham e te admiram, o vento bebe da tua boca o vinho
E eu, não bebo miséria nenhuma

Teu riso se transforma em lágrima repentinamente
E ondas noturnas de um mar de ressaca se encontram com a tua
Ainda resta vinho na garrafa; a alça da bolsa incomoda
E essa é descartada – Caída na praia ama agora a lua!

Excêntrica! Excêntrica-doida-desvairada!
Excêntrica dor que um dia me mata
Biruta, exótica, esquisita – eis minha vida:
do vinho do prazer ao regurgitar da ressaca!

sábado, 21 de agosto de 2010

O outro


Antes eu pensava:
O que não sou eu é o outro
Hoje, não mais...
Eu sou o outro
Porque me visto pro outro
Me comporto pro outro
Me penteio pro outro
Me engordo/emagreço pro outro
Leio para dividir
Vejo para comentar
Penso, para falar
Pra mim? Não pra falar pro outro
Antes eu pensava
O que não sou é o outro
Hoje eu penso: quem eu sou?
E respondo, se sou o outro
Eu é algum outro
Que se veste para mim

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O Filho pródigo às avessas


O relógio velho e antigo de parede no corredor badalava quatro da manhã, quando o jovem Romualdo, chegou em casa de uma festa acompanhado do amigo Pedro. Na cama se remexeu a mãe. Olhou pro pai e disse: - “Isso são horas?”
O pai resmungou: - “Relaxa Isaura, ele é homem.” Romualdo e o amigo que se excederam um pouco na bebida, não viram a hora passar e extrapolaram o café da manhã daquele domingo e quase atingiam também o almoço. De repente abre o olho Pedro: “Putz, que horas são?” Sem resposta alguma. Romualdo roncava em sua cama. Pedro se contorcia no colchão jogado no chão. Sim, pois a essa altura já não se podia dormir. Havia gritos e discussão vindos dos cômodos externos.

Tudo porque a irmã do Juninho havia encontrado um papelzinho de preservativo no quintal. E todas as hipóteses e desconfianças pareciam apontar para Romualdo Martiniano Junior. A irmã junto com a mãe na cozinha, pensavam em várias coisas, tentando, indignadas as duas, descobrir a origem de tal objeto.

A mãe tentou amenizar: “Esse portão não é nada seguro, quem garante que alguém não entrou aqui?” A irmã envenenou um pouco: “Pra mim essa amizade do Ju com esse Pedro é muito estranha! Esse cara não é aquele já foi até casado e não durou nada?! E o Ju... nunca vi com mulher nenhuma.” A ofensiva da irmã botou a mãe pensativa... a ponto de queimar as pontas dos seus dedos no fogão: “Ai, mas você hein minha filha...” - a mãe chacoalhando os dedos debaixo da torneira – Enquanto a água caia dona Isaura contestava: “Não é assim Letícia! Juninho disse que o Pedro mora na saída da cidade e é por isso que ele dorme aqui. Quando chegam tarde, não tem mais horários de ônibus para lá. Afinal Letícia, onde você quer chegar com essas suas insinuações? Você fala como se soubesse algo que não sei.”

- Ah... eu não sei não! Juninho anda muito estranho. Com uns amigos todos...

- Todos o que Letícia? Fala de uma vez!

- Esquisitos mãe! Nenhum trabalha, nenhum namora, nenhum estuda! Mãe, a senhora já parou para pensar... que... esses dois aí, podem estar até usando até drogas? E essa embalagem de preservativo agora no nosso quintal! Muito estranho isso. Sabe-se lá o que fazem por aí...

- Crendeuspai! Ave Maria, Nossa Senhora da Penha! Vira essa boca pra lá!

- Se eu fosse você eu pegava isso aqui – empunhando a embalagem de preservativo qual espada justiceira - e tirava satisfação com eles assim que levantarem, antes que isso chegue aos ouvidos do meu pai.

- Letícia você está exagerando! Respeitei seu irmão!

- Quem deve nos respeitar é ele. Se prestando a um papel destes! Por Deus não foi o papai que achou esse papel de camisinha no quintal...

“Achou o que minha filha?” – esbravejou o pai que entrava pela porta.

– Você disse camisinha? Não acredito que nosso filho anda trazendo mulheres para fazer ‘sem-vergonhices’ aqui no nosso quintal! Que pouca vergonha!

- Queria acreditar que fosse isso! – deixou escapar a irmã sem perceber. Ou não.

- É o que então?

- Por que o senhor não vai mesmo conferir no quarto dele?!

A conversa se estendeu e a discussão agora a três se esquentou muito daí pra frente. O veneno parecia escorrer boca abaixo de Letícia que, nunca havia se dado bem com o irmão, mas desta vez conseguiu se superar. O pai já suava frio de nervoso como sempre. Era um senhor muito sistemático e em alguns assuntos até um pouco ignorante e preconceituoso.

– Não, não! Não pode ser isso que estou pensando! Isaura tomou pela mão direita um copo com água e o comprimido calmante que Romualdo vivia a tomar. Na outra mão, um pano para limpar a testa do homem que não quis nem saber de mais nada e saiu atropelando tudo:

- Me dê isso aqui que eu vou ensinar esse filho da mãe a virar homem e é agora!

- Abre essa porta! Aaaabre! Abre essa merda Romualdo, vai ser pior pra você se não abrir!

Juninho, sem entender o que acontecia do lado de fora, se sentindo envergonhado pelo temperamento do seu pai diante de sua visita, tentou acalmá-lo:

- Pai, isso é jeito de bater na porta? Não sabe que tenho visita?

- Visita... visita!!!... Ouvir isso irritou o pai profundamente! Se havia um pouco de lucidez em suas atitudes, estas se perderam nesse instante! Essa frase foi a gota d’água para o pai que, arrombou a porta e sequer deixou o filho falar:

- O que vocês pensam que estão fazendo seus ‘viadinhos’? Eu não te dei de comer e onde morar até aqui pra você me traaair deeesse jeito! Lançando ao chão livros e quadros, gritava como um louco com um ódio terrível em seu olhar rude de general.

- Paaaiii, o que foi que fiz?! – Ainda sem entender, o jovem. Mas o pai não parava:

- E pensar que dei meu nome a você, seu desgraçado! Eu tenho nojo de você... Qual dos dois é a mulherzinha, hein?! Faaala! É você? É você... Seu, seu... seu... Meu próprio filho... me desonrando desse jeito (...) O pai perdia as palavras. Queria chorar, queria matar, queria mesmo era morrer naquele instante.

- Mas pai...

- Não me chame de pai! Cale a boca! – atirando um sapato contra o filho, acertou o espelho, que se quebrou em muitos pedaços feriando o braço de Juninho. Já tirava a sinta grossa de couro curtido quando Pedro se levantou afoito e tomou o rumo da rua sob vaias e protestos da família. Alguns vizinhos ouviram também e ficaram boquiabertos. Outros debochavam: “Que família, hein.” Enquanto disfarçavam nas janelas, puderam, os mais curiosos, presenciar também, a humilhante cena das roupas e pertences do rapaz serem arremessadas com todo ódio do terraço para o meio da rua.

O filho chorava muito: “Mããããããnhê... paaaaaaai, pelo amor de Deus! Não é nada disso!” O Pai revoltado, deu as costas puxando a mãe para dentro de casa. A mãe ainda confusa, mas totalmente submissa ao marido, nada fez. Entraram.

Neste mesmo instante uma chuva forte se iniciou. O velho Romualdo, como sempre, xingava tudo quanto podia ver. Portas, pessoas, controle, cachorro, nada era poupado. Encheu a cara com doses fartas de Uísque barato. E atirou-se na cama como um urso que se prepara para embernar. Era pra ele a melhor forma de passar um dia terrível como aquele.

Passadas algumas semanas, veio o arrependimento. Mas ninguém em casa queria admitir que não foi feita a coisa certa. A mãe já sentia muita saudade do filho, que fosse o que fosse, era filho e, sempre fora muito prestativo e carinhoso. Chegava a sonhar com ele voltando. A saudade fez com que ela, depois de uns dias, buscasse nas coisas que sobraram do jovem, um meio de tentar sanar aquela ausência dolorida. Abriu então a gaveta e em meio aos seus pertences encontrou uma carta. E em um trecho dela dizia: “Te amo muito meu amor! Agora já estou de três semanas! Quero que conte também para seus pais a novidade, não vai ser tão difícil assim”.

A mãe tremula, ficou roxa, verde, azul e chorou copiosamente! O pai limpava a beira da casa. A mãe foi ao seu encontro com a carta nas mãos. Como no dia da expulsão, uma forte chuva de verão se aproximava. Ventava muito forte. O vento trazia de longe folhas, papeis e tudo o que se imaginava. E de repente, o pai vê o vento trazer do telhado ao lado uma embalagem pequenina. E não quis acreditar na hora! Sim, era uma embalagem de camisinha, só que dessa vez de menta!

(...)

E hoje, em algum lugar, onde a paz e o amor ainda encontram espaços para persistirem, o filho de Romualdo Martiniano Junior nasceu. E junto de sua namorada, o jovem enfim, formou uma FAMÍLIA!

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

À ela


Se tivesse apenas uma palavra: alegria
Mas tenho todas as palavras do mundo
E enquanto tiver tempo
Dedicar-me-ei a ela a cada segundo
o sorriso é absoluto no rosto sereno
e não deixa espaço para uma única ruga sequer de preocupação
ela é labirinto; poucos sabem se achegar ao seu coração
o sorriso é absoluto
e não deixa espaço pra nenhuma forma de tristeza
o coração é enorme
e mais forte do que a rima é sua própria grandeza
ela é carinho, seus olhos brilham quando está feliz
e como ela se apresenta feliz
nela não há alterações de humor
nos dias de sol, chuva e estrada
nas noites de lua cheia, dilúvio e caminhada
nunca a vi nervosa, revoltada, ou brava
embora não me falte rimas para convencê-la
para descrevê-la já não tenho palavra

domingo, 8 de agosto de 2010

Melhores dias


As vozes a noite são mais surdas
A vida a noite é mais bruta
Os gritos a noite são mais loucos
Os roncos a noite são terríveis
Os grilos a noite são cantores
Irônicos cantores de terrenos baldios
São sons da noite fria
As estrelas a noite são tão lindas
A solidão a noite me visita
Algo me chama pra vida
A noite eu busco saída!
As casas a noite são escuras
As noites acordadas, aventuras
Tristeza
Sorrisos
Alegrias
E é a noite
Que se vive os melhores dias!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

InSegura


A menina insegura, já não segura o coração
Já não segura, já não controla, já não comanda
Não, o coração já não lhe pertence
Como quem diz senhor de si: você não me manda!

Arrumou as malas e foi morar em outro peito
Talvez roubado, talvez a força... talvez entregue
Mas agora, bate o pé contra as ordens dela
E fazendo seus inúmeros caprichos segue...

Agora aprendeu a ser independente
E experimentar a sua palavra: liberdade
bate onde quer e para quem quiser
só não confunda liberdade com libertinagem

O seu coração agora procura, busca, vive
Por outro peito, por outra razão
Agora segura, menina insegura
As vontades do seu coração...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Poesia simples


Avise-me quando estiver amando, aí saberei onde estou indo...
Você que não acredita no amor, o que prefere meu amor?
Avise-me quando o chão não quiser mais sustentar seus pés
Você que não acredita no amor, aonde vai com tanta pressa?
Avise-me quando quiser um abraço daqueles capazes de trazer
A vida para mais perto de nós
Avise-me quando quiser chorar
E então te darei a minha mão
Avise-me quando precisar sorrir
E então te ligarei de madrugada
Você que não acredita no amor,
Leve contigo esta flor
E um dia quando de repente parar
E respirar um pouco de vida
Lembrar-se-á de mim
Mas não saberá por onde eu ando
Mas avise-me e não deixe de me avisar, quando estiver amando!

domingo, 25 de julho de 2010

Simbiose


Como explicar a magnitude dos nossos gestos
Se nossos maiores gestos
São grandes apenas aos nossos olhos?
A vida em cada momento é uma explosão
Nada é tudo e tudo é nada
No intervalo de um segundo
E nós somos o nosso tudo
E nada para o resto do mundo
Olhando só pra nós
Sempre...
Organizando pensamentos
Planos, ações
Que perfeitos seriam
Não fossem os vilões
Que vilões nem são, afinal
Só que nos esquecemos
Que as coisas não giram ao nosso redor
É quando se diagnostica
Que se de repente tudo dá errado
Talvez porque cada um traçou seus planos
E protagonizou a sua história
E aí caímos em nós
Entendendo que somos iguais aos coadjuvantes
Para nós, e somente para nós, mais importantes
Mas relaxa, vai! Nada também é tão assim!
Perante a água que se derrama
E o amor que nos conforta
Toda essa maravilha
Que não se explica
A navalha que-não-mais-corta
Essa relação sorriso-carinho-troca
E de repente, vida
O pulso insiste
O barco insiste
E o vento sopra
O coração bate e re-bate a pancada
(quem será?)
Uma batida na porta...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Doador


Às vezes fico à janela pensando sobre essa fase do mundo
Guerra, desemprego, desmatamento, globalização
Confesso que às vezes fecho os olhos pra isso tudo
Procuro me distrair e seguir
Mas tem horas que é inevitável uma opinião:
- Senhor, o senhor é doador de órgãos?
Pensei nos meus últimos instantes de vida sobre a questão!
Meu Deus, não posso! Não posso ser
Como daria as córneas a alguém que vê o mundo diferente de mim?
Ahhh e Meu coração solitário, acostumado a viver nesse corpo sofrido
Como doarei para um infeliz meu pobre coração?
Regado de sentimentos, medos, angustias, segredos, dores que aprendi a conviver
Meu coração que acostumou-se com o vazio, a solidão...
Com o pouco, que não faz conta de dinheiro
Que não aprendeu a ter ambição
Imgine ele dentro de um ser
Com outras pretensões, desses que acho tudo normal
Que não ama, e não quer amor... que o encha de aflições
Que vá contra tudo que ele acredita
Pobre coração
Morra comigo! Não passe por isso! Pare você primeiro... não dê opção
Se minha cabeça já diverge do que sente...
Imagina quando estiver em um corpo totalmente diferente?
E se você pobrezinho, for lançado em um peito
Dessa gente violenta, que mata, que rouba, que se vende
Que estupra, mentirosa, mau caráter, política...
Suicida, adultera, essa gente filha da puta e egoísta
egoísta como eu... como eu... diante dessa questão...
Meu Deus... tá, eu dôo!
Alguém quer eu coração?!

domingo, 18 de julho de 2010

Teu Nome


Faça-me acreditar que posso
Ainda que te esforces muito a fazê-lo
Brinda comigo a força dum amanhã só nosso
Indagando-te se poderemos mesmo tê-lo

Meus mais íntimos segredos todos já sabem
Ainda que não haja interesse algum
Rendo-me a sentimentos que não me cabem
Indisposto a viver sentimento nenhum

Ano após ano me engano
Não te engano a ti, contudo
Os dias a tua espera são como um ano
Faça-me entender o teu dizer tão mudo

Ainda que te obrigues tanto a fazê-lo
Beija-me o rosto se não podes me dar uma palavra
Inclina-te e inclua-me na proteção do teu zelo
Abra tuas grandes asas, e na minúcia de um olhar, ponha-te brava

(Não te obrigues, porém a fazê-lo)

Escreva-me por fim palavras solidárias
Mesmo que te esforces tanto para tal
Ama-me com doses pequenas e diárias
Reza para mim, quando me perceberes mal

Inclua-me no seu pensar diário
Ainda que pouco possível seja fazê-lo
Não procures em mim mais do que um ser hilário
Ouça-me os sonhos, conte-me teus pesadelos

Faça-me acreditar que posso
Aí então teremos em mãos o mundo inteiro
Basta acreditarmos que o Ele é nosso
Iremos jogá-lo um pro outro, (guerrinha de travesseiro)

Abraça-me o mais forte que puderes
Não deixes de notar o imprevisível
Está em meu olhar teu nome,
(entre o possível de todas as mulheres)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A loira do carro branco (Analisando a Letra)



Viajando solitário
Mergulhado na tristeza
(Ê, hein, mas que viagem é esta?
Sozinho, por que não chamou uns amigos
Pra levantar este humor...?)

Numa curva da estrada
Eu tive uma surpresa
Uma loira encantadora
Bonita por natureza
Me pediu uma carona
Eu atendi com destreza
(cuidado rapaz! Esmola demais...)
Sentou bem pertinho de mim
Com muita delicadeza
O meu carro foi o trono,
Eu passei a ser o dono
Da rainha da beleza
(Tá que a loira possa ser bonita,
mas rainha da beleza?
muito cafona...)

Foi o dia mais feliz
Que o meu coração sentiu
( Olha, o dia mais feliz? Que exagero!)
Mas meu mundo encantado
De repente destruiu
(“Meu mundo encantado de repende destruiu...”
Seu mundo encantado destruiu... destruiu o quê?
O certo seria: seu mundo encantado ‘se destruiu’
Como uma auto desctruição...)

Ao ver a loira tremendo,
Gemendo e suando frio
( Com estes sintomas, não quero nem pensar
Pelo que ela passava...)

Parei o carro depressa
Na travessia de um rio
(Que sorte! Um rio! Sempre tem um
quando a gente mais precisa...)

Enquanto eu fui buscar a água,
Que tão triste ela pediu
( Foi buscar água num rio...
Sem filtrar, nem nada...
Sem vasilha, encheu a mão e voltou)

Ouvi cantar os pneus
E me dizendo adeus
Com meu carro ela sumiu
(Eu avisei! Loira dando mole na estrada...
Não se pode confiar)

Somente um bilhetinho
Na estrada eu encontrei
( Ah que carinhosa ela!
Deixou um bilhetinho ainda...
Na beira da estrada...
O vento não levou por sorte)

Quando acabei de ler
Emocionado eu fiquei
No bilhete ela dizia
Por você me apaixonei
( Apaixonou! Humrum)
Só peço que me perdoe,
O golpe que eu lhe dei
( Ele vai ter muito tempo para refletir
E perdoá-la no caminho de volta pra casa
Talvez até peça uma carona.)

Para alimentar a esperança
O seu carro eu levarei
Me procure por favor,
Quando me der seu amor
( Que mulherzinha folgada!)
O carro lhe entregarei
O pior é que ele acredita nela, veja só:
Quem estiver me ouvindo
Preste muita atenção
O meu carro não tem placas
(Um carro sem placas, subentende-se
Que seja zero bala!
E você acha que a estas alturas
Uma loira charmosa, com um carro zero
Não tá pegando geral...? Apoixonou uma ova!)

Mas vou dar a descrição
(Ele vai dar a descrição do carro
Para facilitar que você o encontre:)

É branco e tem uma loira
Charmosa na direção
( viram a descrição?! É, é só isso mesmo...
Branco e tem uma loira na direção...
Olha, vou te ser sincero, se na segunda série
Eu faço uma descrição desta sobre qualquer coisa
A Tia Glorinha me dá zero na hora...
Desse jeito você não vai encontra loira
merda nenhuma meu amigo!)

Dou o carro de presente
A quem fizer a prisão
( dá o carro! Claro, perdio por um
Perdido por cem!)

Por ela ter roubado o carro
Já dei a absolvição
(Você devia ter vergonha de contar
Uma história dessa!, diz que foi assaltado
Que cai melhor, viu?)

Mas vou lhe dar um castigo
(Meu amigo, cai na real
Você não está em condições
De castigar ninguém,
Você foi o castigado!)

Vai ter que viver comigo,
Por roubar meu coração
Pode ter certeza... que ela vai viver contigo
Vão achar seu carro branco em algum lugar
Do país, e te devolvê-lo... vão entrar em contato
Pelo telefone que você deixou... e convencer a
Loira a ficar contigo, e de quebra ainda ficar com
Um carro! E o que estamos fazendo aqui ainda?
Vamos, vamos achar essa safada!)

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Complicações


Acho legal quando você me engana
E diz viver a vida que fantasia
Não há verdade e nem mentira
É tudo poesia!
Eu sou o palhaço de cara limpa
Moço sério que ri somente pra você
Forçando um sorriso
Descrente nas palavras de amor
Que parecem ser apenas
Palavras de amor
Descrente
Porém acreditando nelas
Ah, sim, pois quero um pouco da sua fantasia
Da nossa verdade!
Porque sinto no meu peito sério que há
Floretas inteiras não desbravadas
Bosques virgens e campos de lírios
Cachoeiras de águas de cristal
Caminhos inéditos a serem percorridos
Áreas imensas a serem exploradas
Grandes dimensões de vida não vivida
Quero poesia sim!
Mas poesia na realidade
Me permito a fantasia
Objetivando o prazer de verdade
No meu íntimo confesso:
Acho que sou feliz
Mas nas minhas orações eu peço
Pondero, faço um balanço e o ponteiro
Pára na metade
Acho que sou feliz
Só o que me falta são as complicações
De um amor de verdade

terça-feira, 6 de julho de 2010

Menino...


Hoje descobri que sou menino. Desses de bermuda pouco pra baixo dos joelhos; desses de cabelos ondulados e atrapalhados; desses de chinelo nos pés e camiseta largada no corpo!
Menino! De óculos escuros a espera de um sol. Um sol que não vem! Um menino! Um menino praieiro – praieiro sem praia – mas praieiro. Um menino a me observar diante do espelho, aparentemente sem dor nenhuma; sem responsabilidade nenhuma; sem motivo algum que pudesse me impedir de sê-lo. Talvez, e porque não, diante desse rosto no espelho... por que não dizer: um menino feliz! Porque é melhor não dizer... Não, se nos aprofundarmos no fundo dos olhos desse menino podemos entender seus porquês! É no fundo dos olhos de todas as pessoas que moram as respostas para todas as suas perguntas; é no fundo dos olhos que se percebe as batalhas que já foram traçadas; é no fundo dos olhos da pessoa que se percebe a autenticidade de um sorriso; de uma palavra... o coração é que sente, mas o olhar é que revela...
Hoje me descobri menino e tenho medo de mencionar isso a qualquer pessoa. Tenho medo de compartilhar esse segredo tão grande que se fez notório ante o espelho... no exato momento... no exato momento em que eu tirei um tempinho pra mim; no exato momento em que me pus a uma auto-analise... e me descobri! Descobri-me menino...
Sim, sou um menino. Mas sem a alegria de todos os meninos... sem a força de todos os meninos; sem um sorriso de boas vindas no rosto; sem a impulsão de todos os meninos; sem os sonhos que quando menino era... talvez tivesse projetado para dias como os dias de hoje.
Sou menino em cada segundo que tenho de ócio. Em cada instante que me disponho a observar uma vida. Em cada busca que faça nas minhas investidas por algo mais; por algo novo... sou menino cada vez que rio de algo dito por alguém – e isso faço a todo instante. Sou menino a fazer piadas – mas piadas em tons sérios – com um humor mau-humorado e de rápida construção, muitas vezes negro, que aprendi a ter.
Sou menino em cada situação que me encontro. Embora eu perceba que se torna dificílima a vida de um menino que os anos forçam para que assuma que não mais é. Sou menino e não quero deixar de ser, quando toca o termômetro da responsabilidade todas as manhãs me chamando para o lado mais chato de ser menino-adulto... trabalhar!
Sou menino, mas já não quebro vidraças, já não rio tanto assim. Já não me convenço tão facilmente de tudo – como há um tempo – já não sei aceitar certas mentiras que outrora me eram tão convenientes – e pra ser menino-adulto é preciso conciliar a perda da inocência à busca pela fantasia. Sem querer entender que é esta fantasia – que para muitos é proibida –tão necessária e até urgente; que faz de nós ainda hoje, velhos de guerra, meninos e meninas.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Signos


Eu! Ser humano...
Racional, bípede, mamífero, vertebrado
Eu! Primeira pessoa do singular
Eu! Pronome pessoal do caso reto. Torto, inclinado!

Eu, carne e osso, resto, partícula - fragmento
Eu, coração, cheiro, carência - sentimento
Eu, invasão, arrogância, equívoco - sentença
Eu, mais um, singular, monólogo - crença

Eu, ponto de vista, petulância - unidade
Eu, discórdia, bicho, multissêmico - complexidade
Eu, conflito, tudo/nada, insignificância - sentido
Eu, retrato, povo, miséria - perigo...

Eu, Zé Ninguém, singular, homogêneo - figura
Eu, rapa do taxo, alma, matéria - estrutura
Eu, manipulação, elite, paródia - autoridade
Eu, mais um, nenhum, política - desigualdade

Sou diálogo – por isso antena
E até a ti eu vou
Mas quem sou não há,
Antes, quem estou...

Eu, herança, espaço, acréscimo - semente
Eu, locutor, reflexão, intérprete - remetente
Eu, sinceridade, arrogância, ignorância - identidade
Eu, voz social, enunciador, relíquia - humildade

Eu, fração de segundo, espaço, história - momento
Eu, vida, seqüelas, platônico - invento
Eu, riso besta, paráfrase - saudade
Eu, o outro e, eu mesmo - afinidade!

Eu, oposição, consenso, território - linguagem
Eu, produção em série, produto - linhagem
Eu, autor, herdeiro desta vida escrava...
Eu, fuga, lembrança, verbo... palavra!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Partido


O que disses não importa,
importa o que não disses!
Cale-te! Mas calar-te não te isentas.
O silêncio também toma partido
Ele é tua verdade,
mas que é verdade?
Não há nenhuma senão todas
Uma vez que não há mentira,
pois todas as verdades são verdadeiras.
E ora, acredite!
Elas lutam, lutam e lutam,
se contradizem e se mantêm verdades!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

... e tudo remete a você ...


In é o prefixo utilizado para tornar mais autenticas nossas qualidades
Incapazes somos nós...
Aqui estou, no inverno deste bar charmoso e frio
E foi no calor, e foi aqui
Que seu rebolado se encontrou com meu assovio...
Ahhh...
Quando há inobservância de qualquer conceito moral auto-estabelecido,
toda tentativa de acerto, acusa...
e eu tentei..., lutei, mudei...
Coloquei tantas vezes para tocar a música que você gostava...
Me sacrifiquei e você... você não dançava...
Eu? Eu dançava, eu dancei!
eu mudei tanto, que me tornei mudo...
mas você também mudou...
deixou de lado aquele visual de Cinderela Hard Core
e passou a desfilar todos os rosas da mundo...
e se faz necessário mudar!
Mudamos, ao longo do tempo as palavras, mas no coração, expressam a dor os mesmos sinônimos...
Os opostos se atraem... e nós sempre fomos antônimos...
E eu estou aqui! E não te quero mais...
Pois não posso renunciar a paz
Mas uma carência afetiva me contamina
E a sua beleza... é, me contagia!
Tudo parece mais próximo quando não se deseja mais; querer, distancia!
Saudade, esse sentimento que fica em um lugar onde nada cabe...
Aqui estou, e faz muito frio... penso em você...
Mas por puro orgulho, você não sabe!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Mensagem Anexa


Prezados senhores,

Estou lhes escrevendo pois gostaria de partilhar os meus sinceros sentimentos com vocês. Durante os últimos trinta anos, tenho me dedicado piamente a conhecer novos povos e culturas. Viajar pelo mundo em busca de novos saberes, com intuito de aprimorar meus conhecimentos acerca dos mais diversos povos. Um homem só é rico de verdade quando tem guardado em si a chave do conhecimento. E conhecer, é senão, libertar-se! A ignorância aprisiona, ao passo que o conhecimento traz à luz emancipação...
Contudo, devo alertar, que nos últimos anos, meus propósitos de explorar essa maravilha chamada terra, tem sido, sofrível. Inúmeras são as dificuldades. Terremotos, Tsunames, grandes catástrofes ambientais... cidades inteiras destruídas. Sistemas de governos totalmente ditatoriais. Um mundo que não aprendeu a pensar a longo prazo. Que só consegue ver o imediato, tem me frustrado muito.
A politicagem, a fraude, crescem na contramão da solução! Os escândalos políticos crescem em igualdade a miséria de milhares de pessoas! A economia dos países desenvolvidos, não percebe o despertar de Vulcões... A fúria dos mares, nem a lágrima nos olhos de uma criança!
Não sabemos educar! Já não temos princípio algum. Não é de hoje que o mundo é dos espertos. Feliz aquele que é malandro. Grande será o vosso galardão! Feliz do homem que não segue nenhum preceito. Que não tem ética, que não semeia, que não trabalha! Antes tem em seu íntimo o desejo de vingança! De trapaça! Sua astúcia, sua audácia lhe serve somente aliada ao desonesto. Todas suas qualidades são usadas estrategicamente visando o benefício próprio. Seus olhos não aprenderam a ver o próximo. Pois este lhe representa, a desconfiança, a inveja, o inimigo, aquele que quer o seu lugar! Feliz deste homem, que por fazer tantos sofrerem, não sofre em pensar que o mundo é injusto. Não perde noites de sono pensando em como pagará suas contas, em como agradar sua mulher...
Temos sido educados para atropelar todos a nossa volta. Nossos valores são distorcidos... a ponto de enquanto filhos, planejarmos a morte dos pais. E enquanto pais, jogarmos, como se joga uma lata fora, pela janela nossos filhos... Alguns buscam refugio nas “Pequenas igrejas, grandes negócios”, Outros preferem as tradicionais! Ninguém se escandaliza mais com a notícia: “Padre é acusado de pedofilia”, novidade mesmo, só agora... quando era o irmão do papa... As Nações Unidas fazem discursos sempre superficiais, de maneira a não desagradar muita gente! Como quem diz, eu não aprovo a guerra, mas também não desaprovo!
Eu tenho percebido muita dor, desespero... fome, desilusão, desesperança... Pais nenhum vai tomar iniciativa alguma. Todos grandes fóruns, acabam com as mesmas promessas. Apenas quem se desenvolveu sugando todo néctar daqueles que não, podem se pronunciar! E, estes últimos, a sobra do taxo, não podem opinar! Quiçá verem pela televisão! O G8, seguem a decidir os rumos da humanidade. E o P200, 300... que aceite tudo em nome da paz...
No Brasil, só se fala em pré-sal, Copa 2014, Olimpíada 2016... Eleições! E paira na nossa cabeça uma dúvida: A seleção vai buscar o Hexa???
Enquanto isso, aquém a todas as prioridades, segue abaixo a vida anexa...

terça-feira, 20 de abril de 2010

Do conhecimento


Quis o homem
descobrir o mundo
andou, pensou,
olhou, fez...

Quis o homem
descobrir o mundo
entristeceu-se
descobriu que estava nu!

terça-feira, 6 de abril de 2010

...Memórias...



Os antigos não deixaram muitas memórias
Deve ser por isso que suas histórias são tão bonitas
Nós, não teremos escolha!
Gigabytes, pen drives, VHS,s arquivos do Youtube
Contarão nossa história, de maneira nunca antes tão precisa
Que nossos netos nos compreendam, no mais:
Divirtam-se!

segunda-feira, 29 de março de 2010

Para ser um bom Jornalista!

Quem fala o que quer...

Pois é, hoje, faleceu o jornalista Armando Nogueira, que nos vídeos abaixo, mostra a Milly Lacombi, como a experiência, a cautela, o cuidado com as palavras e a sabedoria, ajudam nesta profissão:




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quinta-feira, 25 de março de 2010

Circunstancial


Levando-se em consideração tua boca
Levando-se em consideração os teus olhos
Levando-se em consideração nossas falhas
Levando-se em consideração este vinho
Todos os nossos dias são poemas de amor

Entre o não querer e o querer
Há um espaço tão pequeno...
Olha nos meus olhos
E me faça entender...
Me mata a sede
Com este teu veneno
Que eu preciso beber

Entre o inferno e o paraíso
Levando-se em consideração
Todo nosso tão pouco juízo
Meu pecado é te perder

Entre o querer e o não querer
Há um espaço tão pequeno
que
Com os olhos fechados
Nem se pode perceber...

terça-feira, 23 de março de 2010

A cada um

Olá,

Bom, neste mês este blog completa um ano de existência. Confesso que já tive mais pique para publicar neste espaço. Confesso que já tive mais ânimo para ler outros blogs, confesso que ando sumido, e que se alguém da blogosfera, notou minha falta, ou mesmo está 'chateado' comigo por isso tem toda razão. Alguns motivos particulares, me distanciaram um pouco do mundo virtual, principalmente MSN, Twitter, blog...
Bom, de qualquer forma eu não posso deixar passar despercebido esta data... Muito embora, o blog esteja em baixa, nos ultimos dias, repito, não pro culpa de vocês, e sim por ausencia minha... Vamos comemorar este um ano sim! Vamos comemorar, pois, este espaço me rendeu amizades, comentários, contatos, histórias... Gostaria de agradecer, a fidelidade de alguns leitores como: Fabi Mariano, Paulo Branccini, Thaís SBA, entre outros. Gostaria de agradecer a todos os meus seguidores, aos que comentam e leem, aos que só leem, e os que só olham, aos que só entram e saem... a todos, pois é de todos este espaço...

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A cada um...



À mão que acena, um aceno
Ao barco que vai, o vento
Ao que não volta... sofrimento
Rodinhas à bicicleta do pequeno
Ao que parte de viagem, um abraço
Ao que se muda para longe, uma saudade
Ao que se vai, um espaço
E aos que ficam, lágrimas torrentes
Às vezes é só te libertando
Que consigo me ver livre do que me aprisiona
Às vezes é só te libertando
Que me liberto do que me mantém preso
Te solto, te deixo e me deixo livre...
Para sentir essa saudade boa
Enquanto não podemos ter uma verdade mais real...
À melodia dos teus olhos
A minha poesia mais bela
E a tudo que se fez cinza, aquarela!

terça-feira, 2 de março de 2010

... Uma história...


Ele era tímido, ambidestro...
Porém, era maestro
Maestria nas mãos...

Tímido, embora risonho
Ele era só sonho
Refém, da vaidade

Ela era coragem
Eficiência, bagagem
Ciência e luta

Ela era coração
Sentimento
Sofrimento completa

Complementos eram
Corpos, que não esperaram
Quimera! Queimara!

Hoje ele é cinza, que se joga fora
Ela, ranzinza,
Só mais uma história...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Escolhas



Decidir, quer dizer ter privilégio. Um privilégio que muitos gostariam de ter. E só os que o têm, desejariam não tê-lo...
Decidir...
Optar...
Escolher...
Eleger ...
Eliminar...
Resolver ...
Determinar...
Não importa que nome dê ao direito que lhe foi conferido de escolha, optar por uma coisa, significa abdicar-se de outra... Eliminar uma ou mais alternativas, para que se fique apenas com uma. Eleger um em detrimento do outro. Resolver entre eles. E, por fim, determinar os rumos de seu destino após a sua decisão
Fácil? Difícil... Muito difícil... Tanto que muitas vezes gostaríamos de acordar no dia seguinte e ver tudo pronto... Tudo já decidido, e preferencialmente que a decisão que foi escolhida, enquanto dormíamos tranquilamente, seja a mais perfeita e mais capaz de nos fazer felizes. Simples assim! Mas, feliz ou infelizmente não é assim!
Pesa nas nossas costas sempre o poder do livre arbítrio... para tudo! E então perdemos noites de sono pensando, pensando e pensando sobre aquilo que se deve pensar...
Este ou aquele
Este ou aquele
Este ou aquele
(Camargo e Camarguinho) ops, este ou aquele...
Alguém como quem quer ajudar lhe diz, sempre as mesmas frases feitas:
“tem que pesar...”
“Pensa direitinho”
“Analisa os prós e os contras...”
A gente faz cara de desagrado, mas a pessoa está certa, certíssima. Certa até demais, todavia, infelizmente tudo o que gostaríamos de ouvir é: marque a alternativa A! Marque a B! A correta é C. E isso, qualquer ser em sã consciência não ousa fazer! E responsabilidade por qualquer erro, ou cara quebrada é nossa! Nada mais justo! É a nossa vida que está em jogo...
Este ou Aquele? Este ou Aquele...
Embora a gramática tenha nos ensinado que o pronome demonstrativo Este, refere-se ao ser ou objeto que se encontra mais próximo ao seu interlocutor e Aquele, por sua vez, encontra mais distante... na prática isso não resolve de nada...
Pois uma vez que somos seres dotados de inteligência e capazes de nos locomover, percorrendo assim a distância de onde nos encontramos e podendo chegar até onde se encontra AQUELE que, deixará de imediato de ser AQUELE, uma vez que estará mais próximo deixando este status para o que até, então, denomina-se ESTE.
O fato é que tudo é questão de ponto de vista, o que é Este agora, pode amanhã ser Aquele...
Pois quem determina a proximidade para ambos, sou Eu.
Mas, relaxe! Não pense você, que está entre um e outro, que qualquer escolha que venha fazer será definitiva. Jamais! Nada é tão definitivo quanto parece.
Assinaturas, contratos, casamentos, acordos firmados, testemunhos, fiadores, SCPC, para tudo há um jeito, para tudo há uma anulação, uma rescisão – tenha sempre um bom advogado por perto - e saiba, NADA é definitivo. O fato de ter optado por algo agora, não quer, necessariamente dizer que essa sua alternativa manter-se-á até o fim. Depende muito de muitas coisas. Depende muito em que mãos estão as chaves, depende muito em quais mãos se encontram os gabaritos...
Nem a morte, caro colega, é algo tão definitivo... Uma vez que nascemos, fomos todos condenados a eternidade. Mas pense muito bem, pois a escolha é sua!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Todas Elas


Gosto de todas as mulheres
Cada uma delas tem a sua particular beleza
Cada uma delas
Marina, Camila, Antonia, Tereza...
Gosto de todas as mulheres
As loiras, as morenas, as ruivas, negras, as orientais
Gosto até mesmo das que nem ao menos se gostam
Aquelas um pouco artificiais
Gosto de todas as mulheres,
De social, de vestido, de biquíni, de shortinho
Gosto de todas elas, de saia, de terno, de farda
De pijama e até de casaquinho...
Gosto de todas as mulheres
As românticas, as provocantes, as sensuais
As atrevidas, as magras, as gordinhas, as raimundas
Que como tais, como mulheres, carregam em si
Dores profundas...
Gosto de todas as mulheres, as maliciosas, as simpáticas
As sérias e as divertidas, todos carregam no peito
Um grande amor, todas levam consigo muitas feridas
Gosto de todas as mulheres, já sonhei com milhares
Não passaram por minha vida muitas
Mas não passaram também as vulgares...
Gosto de todas as mulheres
Todas, todas, todas, sem acepção,
Todas merecem uma chance
Um romance, um perdão
Todas merecem uma oportunidade
De casamento, de aumento, de amor
De cumplicidade...
Gosto de todos os estilos
d as Roqueiras, das clássicas, das Eruditas
das sambistas, das funkeiras, das mal e benditas, (das freiras?)
Não gosto das que oferecem vantagens do Cartão,
E suas superpropostas exclusivas e costumeiras
Perdoai as vendedoras de telemarketing
Mas livrai-me das barraqueiras...
Gosto de todas as mulheres
As novas, as velhas, as mães, as avós
As pacientes, as histéricas e as loucas...
das quem amam um drama
das boas de prato, das boas de c...
todas têm sua função
Seu papel, sua finalidade...
Todas! As inteligentes, as bobinhas, as espertas, as certinhas
As erradas, as tortas,
as feitas, e até que, Deus as tenham,
As mortas...
Mas as mulheres que mais gosto
São aquelas cheias de vida
Aquelas que souberam visar um objetivo
E calaram com conquistas suas feridas
Aquelas que estão sorrindo, e deixam-nos bem
Com um simples bom dia
Aquelas que têm um brilho nos olhos
Saboneteiras, e covinhas...
Aquelas que cuidam dos seus cabelos
E que andam sempre perfumadas...
E aquelas que estão sempre pensando
Sonhando, amando, qualquer pessoa certa
E tantas vezes a mais errada
As mulheres que mais gosto
Têm um jeito de meninas
Têm um senso de humor elevado
Gostam de futebol, sem deixar de ser femininas
São corajosas, estrategistas, às vezes nervosas
Outras vezes, pessimistas
Devo ressaltar que as melhores são as solteiras
As difíceis e as independentes
Para as quais, por covardia, ou medo
Lhes faltam pretendentes...
Mas são lindas, e persistentes,
Dão às luz e vivem intensamente
Choram, Brigam e reclamam
As mulheres que mais AMO
São aquelas que se amam...!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Chuvas de Verão


*O texto é antigo, o assunto é antigo, mas...

Longe da tranqüilidade dos campos e da paz do interior
Em uma grande cidade qualquer
Não que fosse qualquer uma
Mas diante de tanto sofrimento, nem vale a pena mencionar
E os geógrafos assustados estão falando nos jornais
E os filhos desesperados nos braços dos seus pais
E o governo se mobiliza e faz um belo discurso pra passar na televisão
Depois eles esquecem são como chuvas de verão
Aí aparecem uns senhores com uns planos nuns papéis
Falando de infra-estrutura moderna
Mas se esquecem que ao invés
De ficar falando tanto, é preciso garantia
De que depois da madrugada, vai nascer outro dia
Cinco corpos soterrados, dez mil casas condenadas pela defesa civil
Vários desmoronamentos
A culpa é da chuva que sem avisar de repente caiu
Na área metropolitana a coisa é mais séria
As casas estão debaixo d'água e o povo na miséria
Eu vi canoas pra lá e pra cá
Eu vi gente enfrentando a lama pros seus móveis salvar
Eu vi carros... e vi crianças correndo perigo pensando se divertir
Eu vi um homem remando sobre uma porta pra salvar sua mulher
Eu..... só o que eu não vi, foi solução.... isso eu não vi!
A prefeitura decretou estado de calamidade pública
Mas as reformas não foram realizadas
E estamos com os impostos em dia
Falta competência? Não me compete falar!
Mas se não sabem decidir
Por que quiseram lá estar?
Vai ser votada uma medida, vão se passar alguns dias
Será que há saída? Não havendo solução, acho que é melhor esperar
Pois são chuvas de verão!!! E isso vai passar...

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Dualidades


Eu sou o canto que se ouve nos dias de sol
eu sou a lágrima que desce no rosto do pai ante a injustiça
eu sou as nuvens mais brancas nos céus mais azuis
eu sou o silêncio mais profundo quando os olhos se fecham
eu sou a palavra mais muda quando os lábios se tocam
eu sou a verdade mais doida quando as luzes se apagam
e a música mais precisa quando as mãos se desatam
eu sou o vento arrancando folhas por onde passa
os dentes mais brancos de um sorriso sem graça
e sou o velho que anda na rua devagar
e a criança que pula, grita e corre sem temer o amanhã
sou a grama mais verde de um bosque sem grama
sou o abraço mais apertado na hora da despedida
sou o carro mais rápido no mais desigual asfalto
sou mais um que grita, sou mais um que sonha alto
sou a alegria da mãe que amamenta
mas sou também a dor da vida que não agüenta
sou as montanhas mais altas que os olhos alcançam
sou as pernas das bailarinas que nunca se cansam
sou a precisão dos atiradores de elite
e sou a incerteza de um beijo no escuro!
Quis ser tanta coisa... no fim não sou nada
Sou a seta que te acerta e a torta estrada
O mergulho do homem em busca de nada
Os olhos que piscam
As mãos que rabiscam
Uma folha qualquer
Um corpo de mulher, linda, pelada
Sou a voz que te alcança
E a mão que te afaga
Sou a janela dos curiosos
O medo dos medrosos
Sou teu, sou Eu, mais nada!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Descoberta


Um dia descobri
Que parar o tempo
Não era quebrar o relógio
Ou segurar seus ponteiros
Parar o tempo
Era deixar a vida
Abraçar a morte
Mergulhar longe do alcance
Dizendo Adeus
Afinal não se pode parar o tempo
(não podemos)
Pelo contrário
O tempo é que nos pára
E por assim ser
Deixo no tempo essa poesia
Deixo no ar
Sem data de vencimento
Pois o homem não tem poder de ser eterno
Mas a palavra pode parar no tempo!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Desejo litorâneo


Ando comendo as palavras
Em um ritmo tão alucinante
que ainda devoro a ponta dos meus dedos
Não vou te contar em detalhe minha história.
Não por curta ser minha memória
É que tranco tudo no meu peito...
Como dominó, é meu efeito
Cada sílaba segue a derrubar a seguinte
A próxima palavra é sempre a mais esperada
E surge tantas vezes, sem a outra terminada
A minha pressa contrasta minha calma
Eu atropelo os dias de minha alma
Não planejo nadica de nada
E num estalo de dedos, decido meus enredos
Meus roteiros, meus finais
Tenho saudade da tua areia,
Das tuas ondas tão complexas, dos teus mimos
De toda alegria contida nos teus risos e carnavais
Falo pelos cotovelos e fantasio temporais
Vulcões, terremotos, maremotos
Nas manchetes de teus jornais
Para me ter justificado. Mentir pra si, sugere pecado!
Navego em rio de água doce
Embora salgada seja a Água que consumo
Estou na direção. Mas estou sem rumo
O vento, mais que eu, destina minha chegada
Se meu barco ainda não aportou no teu cais
É porque sou brasileiro, solteiro, prisioneiro, das Minas Gerais!

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

... Ah, sim... o Ano Novo...


Se não houvessem tantas faltas o que moveria as minhas razões?
Eu não sei. A menina de cabelos vermelhos dança
E chacoalha seus pelos, já não importa se tenho um sorriso
Para lhe dar. Ela me deu um sorriso...
Meia dúzia de palavras sinceras ao pé dos ouvidos...
Verdades, desejos que, espero, se concretizem.
Eu desejei a sua felicidade.
Ela desejou a minha...
Mas nós não desejamos a Nossa.
Eu ia andando, na praça, na mesma praça... Aquela
Onde Nossa história não começou...
Naquela, onde não história ainda não acabou.
Muita gente. Gente bonita, de branco. De amarelo...
Cada um carregando em si, a esperança, nas roupas que vestem
Nos copos de bebida, nas latas de cerveja, nas taças de Champangnat...
Feliz Ano Novo! Uma voz me grita. Meus amigos vão, e um abraço fica...
Algumas lágrimas depois, alguns abraços depois... depois de olhos nos olhos
Beijos na Trave... Minha boca a procura da dela, a dela a procura da minha
E as duas a procura de não se acharem... Eis o ano novo.
Velha sintonia. Sempre o mesmo erro. Desencaixe...
Os amigos vão... Se perdem na multidão! Não notam que fiquei...
Em meio a milhares de pessoas de branco, onde estarão?
Eu fiquei. Fiquei por ela, perdido dos meus amigos...
E com ela a evitei. Ela permaneceu ali, distribuindo sorrisos
De uma verdade maior que Ano que teremos de enfrentar.
Nada importa agora. Eu não estava com ela, eu não estava com ninguém.
Por culpa de alguma coisa que a cabeça não explica.
Menos ainda, o coração...
O ano começou. O enredo é o mesmo.
Eu, no meio da multidão, me encontrava perdido!
*Texto meramente ilustrativo
*Feliz 2010 a todos...
* 20 por 10 é 2... Chega de um rs
* beba com moderação