quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Perspectiva


Ponto!
Quase acabado
Eu estou tonto
O fim se aproxima
O fim já me enxerga
O fim já me olha eufórico
Não há como negar o meu destino
Todos nós seguimos para o mesmo lugar incerto
O fim está cada dia, minuto, segundo mais perto
Chegamos ao centro de tudo, daqui pra frente só morte
Estamos chegando ao meio, peço que nos deseje sorte
As mesmas cachoeiras, as mesmas cegueiras, não movo
Anda-se muito e nada parece novo
É cada vez menor a estrada
O caminho é muito apertado
Complicado como todo início
Vem vamos embora
Sem promessa
Começa!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Tuli



Os velhos carrancudos não morrem. Os simpáticos se vão... Os velhos pedófilos, tarados, sisudos, não morrem... Os engraçados, contadores de histórias – nossos avós se vão... Esse ano fui surpreendido com a morte de um destes personagens. Que como tantos, passam pela vida, sem muito terem para dizer... aparentemente... Na visão da maioria de nós, que como jovens, refutamos todas suas idéias! Mas nas entrelinhas, todos têm, muito a dizer!
Tuli era um cabeleireiro antigo da região. Palmeirense, adorava futebol. Adorava falar de política, e como todo bom cabeleireiro das antigas, tinha milhares de coisas a contar. Histórias inúmeras. Fatos. Peripécias. Que hoje, hoje onde estão? Apenas na memória de quem teve o prazer de conviver com ele...
Quando um homem se vai, leva consigo seu conhecimento... Já dizia o dizer filosófico de alguém que a essa altura já levou consigo também seu conhecimento! Mas enfim, quando uma pessoa se vai... leva consigo seu jeito único de falar, gesticular, interpretar a vida... sua maneira singular de ser o que é, e o que não...
Tuli, como todo bom e velho cabeleireiro... tinha muitas histórias a contar! Sabia disso! Sabia que seu conhecimento, um dia não estaria mais ao nosso alcance, e foi por isso, que até os seus últimos instantes, permaneceu ali! Ali, naquele velho e antigo salão... que não se adequou a modernidade, que não ganhou novas cores, com o passar do anos. Alguns quadros. Alguns poster’s. Fotos de peladas. Manchetes de jornais. Destaque para o campeão da vez. Sabia que um dia, ele seria também um quadro ali dependurado... E, então, ali, enquanto aparava as barbas, cortava os cabelos, contava, senhor de si, sobre tudo que viveu e aprendeu no decorrer de sua vida! Tuli, uma destas figuras inenarráveis que sabia destacar muito mais do que Pelé e Coutinho. Que tinha o poder raro da oratória. Excelente comunicador. Contador de causos. Não teve a chance de estudar, certamente. Mas não se fazia ignorante por conta disto! Era um sujeito antenado. Sempre a par das novas. Daqueles que, a seu modo, tinha uma opinião sobre tudo. Muitas vezes de maneira irônica – o que é ótimo - Sabia o Palmeiras de 76, o São Paulo de 77. Sabia o Lula em São Bernardo. Lembrava orgulhoso do início do plano real. Enchia a boca de prazer ao falar do Senna. Lamentava o atual momento da fórmula 1. Achava justa a forma dos pontos corridos do Brasileirão. Se irritava facilmente com a seleção brasileira. Adorava o Romário. Fã do estilo Felipão. Lamentava também a morte de Tancredo Neves. O qual, era pra ele, o último político bom. Lembrava sempre da ditadura militar...
Tinha o Cabelo escorrido. Liso. Fios longos de um castanho agrilhasalhado, característico seu, original. A pele cheia de sardas e marcas do tempo e do sol. Usava óculos de armação arredondadas. Fumava muito! No intervalo entre um e outro cabelo, claro! Com seu jeito simples. De bermuda e regata na maioria das vezes. Azul. Regata azul, é a cor que me recordo e chinelo de vão de dedos. Todo largadão... Estilo paizão no final de semana! E me recordo bem da sua voz rouca me dizendo: “Esse menino tem o cabelinho bão...”
Era um apaixonado por tudo que fazia. Alternava suas atividades de barbeiro/cabeleireiro, com treinador de Escolinha de futebol para crianças carentes. Mas o salão nunca se fechava... Nunca! Para que ele pudesse treinar os meninos, treinou antes o filho para cabeleireiro também... Alguém haveria de se apoderar do trono! Ciente disso, tratou de ensinar o filho sobre a arte de cortar cabelos! Claro, como quem prepara o terreno para pouco a pouco sair sem ser notado... sair sem que não se perceba que saiu... sair sem que se lembrem sua falta! Bobagem! Sua falta é sentida e percebida...Todos os dias! E de lá para cá, sempre que ouço falar de futebol, me lembro muito desta figura, como tantas que se há por aí mas singular e única, como cada um de nós é na sua essência!
O salão continua sendo freqüentado pelos mesmos de antes... seu filho, Ernani, corta os cabelos diversos dos clientes de seu pai. E conta agora, além das histórias que seu pai contava, também as histórias dele. Tuli se transformou também em um daqueles famosos personagens de quem se orgulha de se mencionar! Daqueles personagens que outrora ganhavam vida por força dele. Agora ele é chamado a vida por nós. E não são raros os momentos em que aqueles velhos senhores se emocionam... fingem que não! Mas eu sei... eles escondem os olhos vermelhos de lágrimas sem motivos! Não deveriam! É bonito chorar!
Choro que se fez presente, no rosto de alguns meninos que, treinados por ele, perderam há pouco tempo a disputa do torneio título na grande final. Aprenderam com ele também a perder! Porque na vida não se vence todas. E essa era clássica dele: “enquanto a bola rola, lutamos até o último suspiro, depois que a bola pára, somos de novo iguais” Formava bons times de moleques para além das quatro linhas... Não tinha estrutura nenhuma para fazer. Mas tinha uma coisa que falta para muitos de nós hoje em dia: amor pelo que faz... Fiquei sabendo de sua morte pela TV... acredite! Seu filho estava dando uma entrevista para o canal local, onde um dos homenageados era seu pai e eis a sua frase, que foi de arrepiar e arrebentar o coração: “O corpo já foi, mas o que fica é isso aqui...” Não vou mentir se disser que não chorei. Chorei e muito... A gente nunca sabe o quanto a gente tem apreço por algumas pessoas. Na maioria das vezes, só nessas horas! Só quando essas pessoas se vão...

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Copa Tuli de Futebol Society Mirim tem início

Na manhã do último domingo (8), aconteceu a abertura da Copa Ernani Augusto Pasculi –Tuli de Futebol Society Mirim no parque municipal Antonio Molinari. Quatorze times, com jogadores de 10 e 11 anos de idade, estão disputando o campeonato. A abertura teve desfile das delegações e três jogos. URCP e Viva o Esporte/Mitsui empataram em 1 a 1. Fut-Poços goleou o Projeto Fênix em 4 a 1. E o Cascatinha empatou com o Sesa/Toque de Bola em 2 a 2.Houve ainda homenagens à família do treinador que dá nome à copa, Ernani Augusto Pasculi, que treinou equipes mirins de futebol durante mais de 20 anos. “O ‘tio Tuli’ dava às crianças um conhecimento de futebol, um conhecimento para a vida”
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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Se não se pode igualar, a dica é reinventar...


Eu enjoei de sonetos
Falo sem me importar com o clero
Me causa constrangimento,
Um par de quartetos
Sem amor, nem sentimento...
Repousar em dois tercetos
Sejam Excomungados! Eu não os quero...

Vou reinventar os sonetos
Sonetos do pós-moderno, chamá-los-ei
Por perfeitos que sejam e por mais força que possa...
Sentenciá-los-ei:
Não serão acompanhados de liras
Nem de Gil, Caetano, piano, nem Bossa...

Neles, os quartetos serão entrelaçados
Entre os versos dos tercetos...
E eu mesmo os tecerei
Em desmedida redondilha
Nem maior e nem menor
Nem à Vinicius e nem a Cecília
Nem melhor e nem pior

Como que versos abraçados
Fazendo justiça aos apaixonados:
Um quarteto para cada terceto!
E ficarão lado a lado...
Cada palavra, pra outra palavra
Que não se combine a bondosa com a brava...
Verso nenhum ficará sem par
E poderás verificar!

E por último me resta salientar:
O juramento de amor será eterno
Não apenas enquanto dure (o inverno)
Ao menos Enquanto durar
O Soneto pós-moderno...!


("Não me levem a sério, se não chego a ser poesia
sou delírio e mistério...")

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Enquanto Ela Cai


Preciso pensar a minha vida
Preciso pensar...
Quando não se pensa, tudo é pedra no caminho
Quando não se pensa a gente sempre cai...
Uma gota cai do beral da casa em direção ao chão
Cai uma gota do beral da casa na velocidade em que eu penso
Admito, penso devagar!
Demoooooro a pensar
Na verdade, não cai uma gota
Caem várias gotas
E eu não penso em uma coisa só
Penso em várias coisas
E enquanto penso... a gota cai
As gotas caem
Várias gotas
Gotas padronizadas
Como se cada gota que caisse
Fosse um que já me fez um mal
Eu lembro!
Uma a uma elas caem
São iguais, invejosas!
Caem e caem
Eu penso devagar
Em coisas complexas eu penso
Viver... Casar... Morrer... Escrever
Penso até em voar!
Namorar...
Ahhh viajar!
Em trabalhar para guardar dinheiro
Para poder sei lá, viajar...
Ficar a toa pra pensar,
Penso em lutar
E eu traço planos pra derrotar meus inimigos
E percebo que inimigos não há
Endeuso-me
Me endeuso,
Torno-me o meu deus
Não quero ser Deus,
Mas às vezes quero encontrá-lo seguindo a minha vida
Penso então, seria possível?
Penso!
Pensamos sempre em moldar tudo para viver feliz:
Uma namorada que se encaixe no meu perfil
Um emprego que se encaixe no meu perfil
Uma maneira de Deus me realizar sempre
Mas se moldar Deus, como será a vida de outras pessoas?
Não pode ser eu penso, eu penso!
Enquanto as gotas despreocupadas nada pensam
Gotas não pensam!
Gotas caem...
As gotas, simplesmente caem!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Café Filosófico



Diante desta noite, a pergunta que caberá a todos que não passaram os últimos instantes comigo será: onde esteve? E a resposta não será outra senão esta: estive em lugar nenhum! Lugar nenhum, é um lugar onde se precisa estar enquanto os outros vivem a sua vida... estou certo disto. Ser feliz talvez fosse se encontrar consigo... estar com você e você num tempo que não se tem dimensão. A maioria das pessoas não se encontra consigo... vive toda uma vida, quiçá uma história sem saber nada de si... A impressão que se tem é que vivemos todos em tempos errados... Ouvi dizer por aí, que todos nós vivemos a vida inteira em tempo que não gostaríamos... Quando se é criança, a desejar pela juventude, quando se é jovem, a retornar a criança, quando se passa de jovem para velho, a gente quer ser jovem! O dia que conseguirmos ser felizes no tempo em que realmente estamos terei palavras para terminar a minha vida...
Este foi sem dúvida, o principal tema do café filosófico, sem café e nem mesmo filosofia, da conversa que tive comigo mesmo. Marquei comigo numa praça... primeiro me encontrei na rua, e fomos caminhando, como quem anda sem direção... a andar devagar, como quem observa tudo o que a desculpa-esfarrapada-dos-nossos-dias-tão-vazios-não-nos-deixa-enxergar. Claro, prestei atenção nisto! Não é que vivemos na correria, vivemos atordoados, quando não temos um problema ou uma grande preocupação, não sabemos caminhar... vivemos um conflito que nos move, em paz, parece que somos todos inertes. O que movimenta o mundo é a dor de cada um... sem esta, ação nenhuma seria feita, invenção nenhuma teria passado pela nossa cabeça... Outro dia vi em uma reportagem no JN, que no Japão inventaram um estacionamento de uma só vaga! Todos os outros carros, exceto o recém chegado, ficam em plataformas elevadas que se movem qual roda gigante, aí quando você precisa do seu carro, a plataforma com ele gira até que ele fique no ponto onde você o deixou na chegada... Aí vem aqueles comentários: “os japoneses são um povo muito inteligente...” Não vou dizer que não são! É claro que são, um povo que aprendeu a respeitar os mais idosos, é sem dúvida um povo a frente de qualquer outro... Mas a questão é a seguinte, me diz se inventariam um estacionamento deste se não passassem pela necessidade de espaço? Temos que aprender a lutar com o que temos... eu me cobrei por isso hoje! Aliás, eu venho me cobrando por muitas coisas... e uma frase ficou martelando a minha cabeça: A necessidade faz com que nos movamos! A necessidade faz com que nos movamos... a necessidade faz com que... A necessidade faz...
Ouvi um integrante do CQC, dizer em entrevista, que é também músico, além de compositor! E, como sabemos, humorista... Claro que fiquei surpreso! Sim, eu como palhaço, devo admitir que quando as pessoas como a gente vive fazer piadas, todos acham que somos apenas idiotas, que temos a necessidade de aparecer – mas quem não tem? – muitos. Bom, o que eu falava é o seguinte, este integrante do CQC disse que não compunha desde 2005. Perguntado por que... ele sorriu e argumentou que estava passando por um momento fantástico em sua vida e que para compor bem é preciso estar triste! - Uhhh graças a Deus - eu dei graças a Deus em frente a TV! Porque embora saibamos que muitos dos gênios eram depressivos e nostálgicos, ouvir de alguém que para produzir coisas bonitas é preciso estar em uma fase triste, fez eu me sentir um pouco valorizado...
Bom, então, a necessidade move o mundo... Eu sempre achei! E minha parte eu darei assim escrevendo! Escrevendo? É, escrevendo...! Por que Messias? Porque Escrever é de certa forma ter um encontro pessoal com quem mais te entende e com quem menos te entende... com quem mais te cobra e com quem te deixa livre... escrever é tirar um tempo de lazer com quem mais te ama; você! Escrever é vida! E estas linhas foram esquadrinhas todas do meu coração, ainda que nada que eu escreva seja verdade... este sou eu, e nada aqui é mentira. Escrever é um momento de paz que se tem consigo... estes momentos costumam ser libertadores – para todos, viu Corinthianos? – costumam ser libertadores... é preciso assumir o controle da sua vida... a maior frustração que se pode ter é de repente não entender porque se faz aquilo que se está fazendo! Pense nisso! De que adianta ter um bar e viver para os outros? É estranho pensar que o bar é seu, mas quem determina a hora que deve ser fechado são as outras pessoas... é o movimento...
Fiquei duas horas na praça pensando - não pensando – porque pensar me dá uma idéia vaga de deixar o pensamento livre – a imaginar coisas absurdas e sem nexo, nem ordem, nem lógica, longe de serem reais... fiquei a dialogar comigo! Numa linha coerente de pensamentos. Sabendo mais ou menos onde este papo me levaria... Sabendo onde eu iria chegar... Havia alguns ciganos metidos a cantores castelhanos cantando canções animadas que não condiziam com o meu coração... Não tenho nada contra ninguém mas estaria sendo mentiroso se disser que não desejei a morte de cada um deles. Arrependi-me imediatamente! Foi trágico saber que cigana que dançava músicas não-ciganas num descuido dela e do malabarista, acabou quase tendo o corpo tomado por chamas... Todavia Zeus ou Apolo a socorreu naquele instante, ou qualquer outra divindade, da mitologia grega-latinha-romana-americana... Curioso é ver a praça cheia de gente e muita animação no coreto... e música e atrações para alegrar os muitos turistas de mais uma Olimpíadas Escolares... Cidades turísticas são assim, a prefeitura trata com muito carinho seus hospedes - que vêm rir e zombar das nossas tradições mineiras... E corta os benefícios dos seus funcionários públicos... cuida das praças e dos monumentos, porque quem chega olha isso, olha só isso... e deseja em sua mente fantasiosa ter um prefeito igual em sua cidade! Meu Deus, afaste destas cabeças estes desejos... vai ser melhor pra eles...
Muitas imagens haviam na praça... a bunda redonda da menina de rosa e short Jeans, sem papo, não dialogava comigo... mas talvez com muitos outros... não dialogava comigo suas pernas grossas... eram apenas imagens ilustrativas de um povo, vivendo ou agindo naturalmente, sem que lhes fossem conhecido o seu observador... A menina sem diálogo não era a da bunda bonita, era a de pensamentos filosóficos. Mas esta não conhecerei, o banco permaneceu vazio... Sem ninguém sentado ao nosso lado, apenas eu e eu... Sim, para entender além do que se vê é preciso diálogo, e uma visão narcisistas é tudo o que não quero para mim. Quero conhecer de mim além do que vejo... e infelizmente quando não se pára para realmente dialogar com alguém com vida, todos os nossos diálogos são visuais e com bundas!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Imortal (Analisando a letra)



É bem assim que estou
humrum, assim, né? Assim como?!Bem assim, ué...
É tudo que restou
Eu tive que escolher entre eu e te perder
Maldade! A vida apronta pra gente.
Mas fez a escolha certa,
porque se escolhe se perder em vez de perdê-lo
teria sido pior! E não minimize
este “tudo que restou”
Porque se a escolha foi feita, e você o perdeu,
este tudo o que restou é você!”
Que pena tudo acabou...
(não adianta chorar pelo leite derramado)
Eu cresci agora sou mulher
(ah! revelação)
Tenho que encarar com muita fé,
O que quer dizer que antes de ser mulher não podia encarar com muita fé? Isso leva a crer que as crinaças não têm fé?! Que a tedência é as meninas se tornarem mulheres (com fè) Que a Sandy nunca foi o catecismo? Nem a igreja! porque quando criança estava ocupada demais cantando “Maria Chiquinha?
Seria o bastante.
É seria o bastante... Seria o bastante o quê?
Eu vou seguir o meu caminho e te esquecer
Pensar um pouco em mim tentar viver,
Pense em você realmente, afinal é “tudo o que restou”
seria o bastante. (?)

Vo-cês:

O que é imortal
Não morre no final (Sic!)

(nem vou comentar, tirem suas próprias conclusões)
Aliás, reflitam sobre...
Você já tinha parado para pensar que
“o que é imortal não morre no final...?”

E se distante é assim...
Não entendi:
“E se distante é assim” hein?
Alguém pode me explicar?
Isso não vai ter fim
Nem que eu quiser você sai de mim
Eu já tentei mas te esquecer assim.. não dá...
Quem escolheu fui eu
(“Agora agüenta coração”)
E tenho que aceitar
Mas não foi erro meu,
(importante é estar em paz consigo mesmo, engole o choro!)
você no meu lugar
Faria exatamente igual
(Igualzinho! Principalmente na parte de encarar com muitafé, pois agora eu cresci e sou mulher)
Eu cresci agora sou mulher
Tenho que encarar com muita fé,
seria o bastante.
Eu vou seguir o meu caminho
e te esquecer
Pensar um pouco em mim tentar viver,
seria o bastante.
E se distante é assim..
(Essa eu não entendo)
Isso não vai ter fim
(Essa eu entendo: o imortal não tem fim)
Nem que eu quiser você sai de mim
Eu já tentei mas te esquecer assim.. não dá..
E se distante é assim
O que é imortal...

domingo, 13 de setembro de 2009

Amor para um soneto


Nem por teus olhos azuis
Nem tua boca provocante e carnuda
Nem tua pele macia, que sem laços
toda a tua beleza desnuda

Nem são tuas palavras doces
Nem teus cabelos esvoaçantes
Nem ainda teus gestos mais puros
que trazem a tona verdades emocionantes

Nem por tua força de menina
Ou tua coragem de enfrentar
Inimagináveis desafios

Estás em mim desde sempre e para sempre
Porque és mistério e mistério no ar
A perder-se nos longos e lindos assovios...

A ti não dedicarei nenhum livro
Nem poema, sequer um soneto
Para mim, tu não cabes
Em dois quartetos e dois tercetos
_________________________
(és mais que amor para um soneto...)

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Morango do Nordeste (Analisando a letra)

Morango do nordeste



Estava tão tristonho quando ela apareceu
Seus olhos, que fascínam logo estremeceu
(Lindo isso, seus olhos que fascínam o quê?
Fascinados por você? bom deixa essa parte!
Seus olhos estremeceu??? Ah tá, plural pra quê?)

Os meus amigos falam que eu sou demais
Mas é somente ela que me satisfaz
(Ou seja, os amigos dele pagam maior pau pra ele
por assim dizer)
"Mas é somente ela que me satisfaz"
é muito esclarecedor e vem comprometer os amigos perante
o meio em que vivem! Claro!
Porque vem mostrar que não apenas o admiram como quem diz
"você é o cara" não.
Eles estão a fim dele mesmo. Estão a fim, mas em vão...
Mas não adianta sonharem, afinal é somente ela quem
o satisfaz)
E ele está convicto:
É somente ela que me satisfaz
É somente ela que me satisfaz
É comente ela que me satisfaz

Você só colheu o que você plantou (???)
Ele está falando isso pra ela?
Quem é o VOCÊ desta música?

Por isso é que eles falam que eu sou sonhador

(Ah sim, por isso que eles falam que você é sonhador, né?
Porque você só colheu o que você plantou!
se não tem este "por isso" não teria sentido...)

Me diz o que ela significa pra mim
(E eu é que tenho que saber?)
Se ela é um morango aqui do nordeste
Tú sabes, não existe
(Não existe o quê? Morango do nordeste?)
sou cabra da peste (Não duvido)
Esta parte é linda, vamos todos cantá-la juntos:
Apesar de colher as batatas da terra
Com essa mulher eu vou até pra guerra
E vai levá-la para guerra pra quê?
Escudo???
Agora entendi a parte do
"me diz o que ela significa pra mim"
Pra levá-la à guerra não deve significar muito

Aaaaaaaiiii, é amoooor
ai ai ai é amor...

E ainda diz que é amor!
Apesar de você colher as batatas da terra, desculpe
Eu não entendi nada!


Algumas observações:

Morango do Nordeste é uma canção composta por uma dupla pernambucana, que fez grande sucesso no final do século XX, sendo sucessivamente regravada por diversos grupos e cantores brasileiros.

Gravações principais
Com o sucesso da música, ela foi, em curto espaço de tempo, gravada por Chiclete com Banana, Karametade, Frank Aguiar, Wanderley Cardoso e outros.

A composição, feita pelos desconhecidos autores pernambucanos Walter de Afogados e Fernando Alves, fez sucesso após a gravação inicial por Lairton dos Teclados, no ano 2000. A música foi a preferida do público brasileiro, naquele ano, segundo dados do ibope.

Ref. http://pt.wikipedia.org/wiki/Morango_do_Nordeste

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Start


O que aconteceu? O mundo parou...
E um homem continua, mas parece ter perdido a graça
Cadê a pressa? Cadê os carros?
As pessoas com suas sacolas grandes disputando o melhor da calçada?
Cadê os ambulantes oferecendo relógios e bugigangas?
Gaiteiros, caminhão de laranja doce, doce, doce... Cadê...
Não se mexem os ponteiros... os relógios
Não se mexem as crianças que vivem atropelando tudo... os relógios
Não se encontram mães a uniformizar seus filhos com o azul-marinho escolar...
Semáforos, sorveteiros... metrôs...
Aviões, prédios, construções... Tudo, tudo parou...
Ele, que já não agüentava estar tão sobrecarregado,
Vestir o uniforme de super herói mal pago todos os dias
E ter que salvar a todos os pobres e aflitos
feito protagonista de Malhação, estranhou...
Aquela terrível ausência de sofrimento repentino o assombrou
Em plena a luz de sol forte, radiante num céu dum tom azul... azul...
Azul que não importa agora... A voz de tudo se calou...
Vento não há! Choro não há, pranto não há... e não há também sorriso
O que aconteceu? O mundo, este mundo... parou
Todas as ruas eram dele... podia avançar o sinal...
Podia andar na contra-mão
Tirar suas roupas e nadar nu na fonte da praça central
Tanta liberdade... o desanimou...
Todos os sonhos não tinham sentido...
Carros, mulheres, praias, mansões...
Queria fugir para um deserto... um deserto real
Afinal, tudo era deserto, embora não desertificado ainda
Tentou chorar, mas suas lágrimas também o negaram. Como tudo...
Correu... correu... e seguiu, meio desconfiado de que fosse uma armação
A linha de chegada estava a poucos metros de distância
E já e via...
Mas não havia concorrente, não havia rival,
não havia ninguém a entoar um grito com seu nome!
Torcer por ele... Nem contra... não há quem premiá-lo...
não há quem festejá-lo
Ninguém vai vê-lo vencer...
Então ele pára também...
coça a cabeça, olha o horizonte estático
O céu de sol... e as andorinhas? Paradas!
Ele volta confuso, triste... desiludido! Sempre quis vencer...
Sempre quis chegar... sempre quis parar o tempo
E agora que o tempo parou, que a vida parou, o mundo parou
As barreiras sumiram, a noite não veio amedrontar
O que amedronta é o desconhecido
Enquanto lamenta a alegria alheia:
Todos, todos em Acapulco!
Sentado à mesa do Café do Ponto mexe o mundo cheio de adoçante
Que gira lento na xícara de café...
E pede, chora e baixinho suplica: gira mundo, gira...
Se o mundo girasse saberia me orientar!
Haveria então de chegar a manhã seguinte!
E veio com ele acordando atrasado para o trabalho,
mas sem desejo de conjugar o verbo parar!
Os comércios todos já haviam escancarado suas portas
Não havia sol, só chuva! Chuva forte, torrencial...
Na cozinha, puxou a folhinha amassando com enorme prazer aquele dia miserável,
Era 8 de setembro já... e depois de um descanso melancólico ao extremo...
Alguém esbarrou no Start e tudo voltava ao normal...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Ciclos - Por Zé Guerra


Disse-me uma vez um senhor sábio
No meu aniversário de sete anos
Menino danado! Acaba de fechar o seu primeiro ciclo!
E aquilo nunca me saiu da cabeça!
Anos mais tarde, poderia finalmente compreender o que ele dizia
E enfim, imaginar mais algumas linhas
Que ainda hoje me colocam em conflito comigo mesmo:

“ Viver consiste - na menos romântica expressão possível - em concluir ciclos,
Na medida em que soprarem os ventos daqui para o por vir
Passarás por muitos destes, e a cada um, terás um a menos
E a cada novo, mais rápido haverão eles de se passar
Até que se concluam a todos e passe a ti também
E passando... tu te tornarás parte de um todo que compõe um ciclo maior
Sei que és muito novo
Mas desde então deves saber
Que de tempos em tempos a vida se renova
E no teu semblante estará marcado
Cada vez mais forte teus caminhos
Com a magnitude que só o tempo devagar impõe
Só se encontra no olhar puro de uma criança
Que de hoje em diante, dia a dia será menor
Por força deste Senhor-Tempo - irredutível
A menos, que as tuas escolhas não se dêem pela razão
Pela exigência de terceiros, por impulsos fugazes
Por caprichos tolos, embora durante toda vida irás ouvir o contrário
Não te enganes, que te comanda verdadeiramente
Não é nada que pulsa no teu peito de menino
Antes, é tua cabeça! Qualquer outra verdade não é tua
Teus pensamentos são os únicos que podem dar vazão
Aos teus sonhos reais!
Os desejos passam...
A ansiedade passa... a curiosidade passa
Passam as vontades. Nada te impede de prová-las, tê-las, vesti-las
És livre! Enquanto és! Enquanto fores!
E ser é a maior responsabilidade de nós todos...
Todos precisam ser ! E ser é algo que não se define...
pois cada olhar é singular; E cada um é uma explosão de significados
Que por significar tanto, palavra alguma não completa
Todavia ser... exige controle... Controle que no peito não se acha
És livre enquanto és...
Força nenhuma o detém contra o que queres
Ilusões passam / se não passam... já não pertencem a ti
Tu já terás deixado cair longe do alcance de tuas mãos
E a cada nova fase, te verás face a face contra o maior dos teus medos
E serás tu e tu mesmo
Nas dores e nos confrontos
A encarar os desafios de conquistas e cobranças
Entre mentiras verdadeiras, verdades mentirosas
Dores profundas e não menos saborosas
Tu e tu mesmo, contra tu e...
As verdades insolúveis do teu coração!”
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*dedico este texto, a aniversariante mais querida do dia!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Setembro


Setembro enfim começa
Depois de um Agosto
Demoraaaado, sem pressa
Já sonho agora com Outubro
Com o sol, com férias
Com um corte de camisa rubro
Mais sorrisos, menos misérias
Não te apresses porém Setembro
Pode ser que Outubro nem seja
Pode ser que te viva intensamente
Um viver sóbrio e inteligente
Pode ser que eu nem te veja
Não te apresses não Setembro
Pinga como conta gota
Só me faça esquecer o mal que lembro
Quanto mais eu esperar pelo
Próximo mês
Mais feliz ficarei
Saberei, é a minha vez
Não te apresses não Setembro
Fica. Fica comigo
Neste tempo em que já não vejo graça
Vai. Mas vai sem pressa
Como tudo na vida que dói, mas... passa!