terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Cautela















Pensa o que que quiseres
lembra do que desejares
recorra ao que te possas dar o que não mais poderei
Não te perturbes com meu silêncio...
não me busques no óbvio,
quando posso estar em Marte, Júpiter ou Vênus...
Eu me calo ao passo que meu silêncio grita, berra, reclama
a injustiça que às vezes não percebemos...
falar pra quê???
quem fala menos, erra menos!!!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Sementeiro



















Sofro a todo do mal das palavras
Falo o que penso, sem senso nenhum
Sou sementeiro que o teu solo lavra
Minha enxada é a palavra, do senso comum
Minha sabedoria não é cientifica
Minhas idéias
não são comprovadas de maneira nenhuma
Minha certeza só vem da vitória,
Inferno, purgatório ou gloria
Depende da banheira, depende da espuma...
Minhas verdades são ácidas
Minhas frases irônicas e provocativas
Minhas canções percorrem linhas plácidas
Mas minhas músicas são significativas
O meu falar é repleto de erros
Sou, quando tento ser preciso, principiante
Me falta a rima para a palavra acima
E rimar não me anima, nem nada, neste instante
Sofro a todo do mal das palavras
Luto com elas e não posso vencê-las
Falo o que penso, sem senso nenhum
Sou a minha verdade rebuscada e embaralha
Escolha sua carta, descarte ou passe
Me truque, me enlace, com seus truques de mulher
Me diz o que quer! sou todo ouvir...
Me diz e eu falo ao pé do seu ouvido
Sou dono das palavras e com elas eu duvido...
Me espere, se desespere e tente escapar
Olha o baralho, ainda queres jogar?
Sei não, não sei... te intimido?
Lucidez e loucura se confundem por aqui
Gloria, purgatório ou inferno
Depende da camisa...
... de força? ou gravata e terno...?

domingo, 12 de dezembro de 2010

Agramatical



















Às vezes eu não quero pontuar as frases Nenhuma Nem as interrogativas vão me questionar Não, nem elas! às vezes não uso maiúsculas! as vezes eu nao quero por todos os acentos mas temo que pensem que nao sei acentuar. Por, vezes, não me, incomoda, a falta das vírgulas, e, ainda, prefiro dizer, que prefiro a ausência de uma vírgula do que o seu emprego indevido em uma frase oração subordinada substantiva objetiva direta completiva nominal adversativa causal conclusiva explicativa coordenada assindética por justaposição ou sindética aditiva adversativa cujo ser porventura possa ter esquecido ou talvez quem sabe só desistido de usá-la. Ah sim, falava sobre vírgula!


Mas vou confessar que eu só queria de volta, ao menos, o trema... ü!

Às vezes luto contra um anacoluto... e por mais que o sol brilhe. E você ame Diana... Diana, Fala Diana, fala que eu te escuto!

Às vezes não me importo em repetir várias vezes a mesma palavra em várias partes de um mesmo parágrafo de texto ou em várias coisas que eu escreva... ou mesmo em todos os parágrafos do mesmo texto! Às vezes me importo muito com isso e não tenho outra palavra para pôr no lugar... ainda que vasculhe meu léxico inteiro...

Sometimes eu uso alguns estrangeirismos. But... not always! Às vezes me importo muito com isso e não tenho outra palavra para pôr no lugar... ainda que vasculhe meu léxico inteiro... e às vezes eu repito frases!

Às vezes eu não dou importância aos conceitos de paragrafação que me ensinaram ou não na escola.

Não mesmo.

Nem ligo!

Às vezes dou bola e às vezes não dou bola...

Às vezes me irrito quando repito ou sou pressionado por força do hábito a rimar... às vezes não me importo com esta indelicadeza e até enxergo beleza onde não há... às vezes uso muito às vezes mas nem em todas as vezes preciso de acentuar... às vezes faço rimas no infinitivo que é o maior incentivo àqueles que não sabem rimar. Às vezes eu quero que nada rime. Odeio combinações que combine com que não se deve combinar... às vezes sou redundante e supérfluo, re-explicando o sentido de tudo que já ... que já... às vezes sou tão reticente que... dou a entender... que... que não sei... bom, sei lá...

Às vezes não concerto (conserto) os meus erros, deixo tudo como esta (está) ... às vezes quebro todas as regras impostas... noutras acho que tudo é proibido. Às vezes sou tão metafórico que deixo de ser humano e me torno a própria palavra. Noutras penso que sou o Messias, literalmente! A palavra se fez carne.

Às vezes sou tão antítese que sou a mais coerente das pessoas.

Às vezes sou tão aliterado que isso sem, que se perceba, soa super sem graça.

Às vezes sou tão silogista, (e por vezes até Neologista) como Sócrates. Sócrates morreu,

Sócrates era Silogista

Logo...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Monólogo Final















Eu que tantas vezes perdi meu olhar na imensidão dos teus olhos
Que por qualquer motivo se mantinham fixados nos meus...
O que te dizer neste momento minha querida?
Se qualquer palavra que pudesse sair por detrás deste bigode suaria falsidade
O que te dizer nesta hora tão inoportuna e claramente desagradável
Se a serenidade destas minhas palavras já não a podem convencer a trilhar um caminho mais consistente?
O que te dizer em uma oportunidade como esta...
Se minhas atitudes falam muito mais do que qualquer olhar de reprovação que eu possa te lançar?
O que te dizer a essas alturas da vida, se todas as minhas palavras soam derrotadas?
Como te aconselhar, ou mesmo oferecer meu ombro amigo, tendo sido tão incapaz de lhe expressar qualquer sentimento de carinho?
A frieza tomou conta de todos meus gestos
Nada mais aqui é emoção;
Passei a agir com uma racionalidade que me faz acreditar que não há mais cores no mundo
Que tudo é exato como dois e dois são quatro
Me falta a emoção nas palavras para tentar lhe convencer
Me falta sensibilidade para te dizer o que é certo e errado
e fazer você acreditar que estou sendo o mais sincero possível,
que minhas frases, todas com ar de decoreba estão sendo realmente
o que se acredita dentro do peito experiente de amigo amado, pai, irmão mais velho...
Que quer o melhor pra você!
O que te dizer nesta hora, se minha cara lhe chama a uma realidade mentirosa, mesquinha
Se tudo o que eu possa lhe dizer que é correto, só me faz acreditar no quanto sou hipócrita
Que quando me trancar no quarto, vou me matar de uma tristeza, que de tão terrível não me permite nem sequer chorar
Pois nem mesmo meu choro é verdadeiro, e minhas lágrimas sabiamente não se curvam a tamanha mesquinharia
Pois bem, sendo eu este ser, tão terrível que se esconde por trás de palavras que parecem tão concisas, do fundo do meu coração e com a maior sinceridade que posso buscar dentro de mim
Só posso lhe dizer para que siga o teu coração
Siga-o, enquanto o tens, pois na tentativa de não me expor, de não me frustrar, de não me envolver, de não errar, de te manter segura, de me salvar...
De não sofrer... e não magoar
me tornei tão racional na vida, que nem coração eu tenho mais...
estou saindo por esta porta, antes que as proporções deste monólogo se tornem duras demais
estou saindo agora, para que minhas atitudes, ao menos uma vez na vida valham mais que as palavras
e que nem eu, e nem você tenhamos que olhar nos olhos do outro, e dizer o que nós dois sabemos há muito tempo: acabou!