segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

...essa tal felicidade















Felicidade deveria ser uma coisa espontânea... como um vento que entra pela porta, um raio de sol na fresta do quarto de manhã... o aroma convidativo do café da manhã que só a nossa mãe sabe fazer. Felicidade deveria surgir como surge um espirro, um soluço, uma tosse, um sorriso. Felicidade deveria ser algo fácil de se conseguir como uma lágrima...

No entanto, felicidade é muitas vezes uma coisa inventada. Um sentimento dosado. Fragmentado. Medido. Repartido. Felicidade, a gente só tem, em meio a um e outro problema. Felicidade só se tem, em âmbito geral, em meio a uma e outra morte. Felicidade só se tem em conta gotas em meio a uma e outra atrocidade. Sempre fica o gosto de quero mais a e sensação impotente de “eu nunca serei feliz.” Felicidade não deve ser pensada como algo que não se deve usar. Felicidade não é algo que investimos muito dinheiro que não podemos estragar. Felicidade não é carro importado, casa de luxo, sapato caro que se deve evitar o seu usar. Felicidade é brinquedo barato que se usa sem medo de errar, com o qual se ‘brinca’ sem medo de estragar.

Estão a todo nos vendendo, oferecendo, empurrando felicidades clandestinas em todos os lugares. Estão a todo nos oferecendo felicidades condicionadas àquilo que nos custa muito pagar. Estão a todo oferecendo doses de felicidades em toda esquina, em todo bar.

E o que mais dói é saber que a felicidade que não temos não foi nada nem ninguém que nos roubou. Nós mesmos a perdemos em algum momento da nossa caminhada. Ninguém tira o que é nosso. Não. Jamais! Eu posso afirmar que a felicidade está disponível ao simples estender da sua mão. Ao simples abrir do seu coração. Ao simples gesto de aceitação. Felicidade não aprisiona. Felicidade é verdade, e verdade a tudo liberta. A tudo desperta. Ao torto conserta... ao tolo alerta...  

Felicidade é escolha. Frágil como bolha. Forte como furacão. Felicidade é a liberdade de escolha e ser feliz é seguir sem culpa o caminho de sua opção. Felicidade beira loucura ao ponto de alcançá-la os loucos, os poucos... os simples de coração. Felicidade é individual e deve ser usada de maneira exagerada, imódica, descomedida, demasiada! Felicidade não deve ser escondida, retida, disfarçada... antes deve ser gritada, escancarada, apregoada, anunciada. Felicidade deve ser divulgada e romper as fronteiras do seu coração. Felicidade deve ser compartilhada, pregada. Todos devem saber que ela realmente existe não só no seu filme preferido, nos livros, na sua canção. É direito humano/constitucional/espiritual/ ser feliz! Seja e faça a divulgação. E não se esqueça que está nas suas mãos o poder de sua mediação.


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Vem









Vem, pois agora estou preparado para te receber.
Vem, pois depois de tanto navegar e bater contra rochas firmes
aprendi a ser resistente o bastante para seguir.
Vem, pois todo medo se desfaz diante da sua força!
Vem, pois sem ti meu caminho é incerto.
Agora posso dizer que estou pronto
Agora posso dizer que sei o que quero
Agora posso avistar o que sempre procurei
E admitir que sempre esteve tão próximo
Mas que fui incapaz de ver.
Vem, pois não há nada que me fará desistir...
Ahhh como é incrível saber o poder que temos nas mãos
E me fizeste entender o amor de forma simples e profunda
Sempre andei me escondendo, me disfarçando, me anulando
Até que percebi, despois de tanto me esquivar, o seu olhar
Sim! Só quando te olhei nos olhos foi que percebi que ser livre...
é viver sem culpa.