quinta-feira, 29 de julho de 2010

Poesia simples


Avise-me quando estiver amando, aí saberei onde estou indo...
Você que não acredita no amor, o que prefere meu amor?
Avise-me quando o chão não quiser mais sustentar seus pés
Você que não acredita no amor, aonde vai com tanta pressa?
Avise-me quando quiser um abraço daqueles capazes de trazer
A vida para mais perto de nós
Avise-me quando quiser chorar
E então te darei a minha mão
Avise-me quando precisar sorrir
E então te ligarei de madrugada
Você que não acredita no amor,
Leve contigo esta flor
E um dia quando de repente parar
E respirar um pouco de vida
Lembrar-se-á de mim
Mas não saberá por onde eu ando
Mas avise-me e não deixe de me avisar, quando estiver amando!

domingo, 25 de julho de 2010

Simbiose


Como explicar a magnitude dos nossos gestos
Se nossos maiores gestos
São grandes apenas aos nossos olhos?
A vida em cada momento é uma explosão
Nada é tudo e tudo é nada
No intervalo de um segundo
E nós somos o nosso tudo
E nada para o resto do mundo
Olhando só pra nós
Sempre...
Organizando pensamentos
Planos, ações
Que perfeitos seriam
Não fossem os vilões
Que vilões nem são, afinal
Só que nos esquecemos
Que as coisas não giram ao nosso redor
É quando se diagnostica
Que se de repente tudo dá errado
Talvez porque cada um traçou seus planos
E protagonizou a sua história
E aí caímos em nós
Entendendo que somos iguais aos coadjuvantes
Para nós, e somente para nós, mais importantes
Mas relaxa, vai! Nada também é tão assim!
Perante a água que se derrama
E o amor que nos conforta
Toda essa maravilha
Que não se explica
A navalha que-não-mais-corta
Essa relação sorriso-carinho-troca
E de repente, vida
O pulso insiste
O barco insiste
E o vento sopra
O coração bate e re-bate a pancada
(quem será?)
Uma batida na porta...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Doador


Às vezes fico à janela pensando sobre essa fase do mundo
Guerra, desemprego, desmatamento, globalização
Confesso que às vezes fecho os olhos pra isso tudo
Procuro me distrair e seguir
Mas tem horas que é inevitável uma opinião:
- Senhor, o senhor é doador de órgãos?
Pensei nos meus últimos instantes de vida sobre a questão!
Meu Deus, não posso! Não posso ser
Como daria as córneas a alguém que vê o mundo diferente de mim?
Ahhh e Meu coração solitário, acostumado a viver nesse corpo sofrido
Como doarei para um infeliz meu pobre coração?
Regado de sentimentos, medos, angustias, segredos, dores que aprendi a conviver
Meu coração que acostumou-se com o vazio, a solidão...
Com o pouco, que não faz conta de dinheiro
Que não aprendeu a ter ambição
Imgine ele dentro de um ser
Com outras pretensões, desses que acho tudo normal
Que não ama, e não quer amor... que o encha de aflições
Que vá contra tudo que ele acredita
Pobre coração
Morra comigo! Não passe por isso! Pare você primeiro... não dê opção
Se minha cabeça já diverge do que sente...
Imagina quando estiver em um corpo totalmente diferente?
E se você pobrezinho, for lançado em um peito
Dessa gente violenta, que mata, que rouba, que se vende
Que estupra, mentirosa, mau caráter, política...
Suicida, adultera, essa gente filha da puta e egoísta
egoísta como eu... como eu... diante dessa questão...
Meu Deus... tá, eu dôo!
Alguém quer eu coração?!

domingo, 18 de julho de 2010

Teu Nome


Faça-me acreditar que posso
Ainda que te esforces muito a fazê-lo
Brinda comigo a força dum amanhã só nosso
Indagando-te se poderemos mesmo tê-lo

Meus mais íntimos segredos todos já sabem
Ainda que não haja interesse algum
Rendo-me a sentimentos que não me cabem
Indisposto a viver sentimento nenhum

Ano após ano me engano
Não te engano a ti, contudo
Os dias a tua espera são como um ano
Faça-me entender o teu dizer tão mudo

Ainda que te obrigues tanto a fazê-lo
Beija-me o rosto se não podes me dar uma palavra
Inclina-te e inclua-me na proteção do teu zelo
Abra tuas grandes asas, e na minúcia de um olhar, ponha-te brava

(Não te obrigues, porém a fazê-lo)

Escreva-me por fim palavras solidárias
Mesmo que te esforces tanto para tal
Ama-me com doses pequenas e diárias
Reza para mim, quando me perceberes mal

Inclua-me no seu pensar diário
Ainda que pouco possível seja fazê-lo
Não procures em mim mais do que um ser hilário
Ouça-me os sonhos, conte-me teus pesadelos

Faça-me acreditar que posso
Aí então teremos em mãos o mundo inteiro
Basta acreditarmos que o Ele é nosso
Iremos jogá-lo um pro outro, (guerrinha de travesseiro)

Abraça-me o mais forte que puderes
Não deixes de notar o imprevisível
Está em meu olhar teu nome,
(entre o possível de todas as mulheres)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A loira do carro branco (Analisando a Letra)



Viajando solitário
Mergulhado na tristeza
(Ê, hein, mas que viagem é esta?
Sozinho, por que não chamou uns amigos
Pra levantar este humor...?)

Numa curva da estrada
Eu tive uma surpresa
Uma loira encantadora
Bonita por natureza
Me pediu uma carona
Eu atendi com destreza
(cuidado rapaz! Esmola demais...)
Sentou bem pertinho de mim
Com muita delicadeza
O meu carro foi o trono,
Eu passei a ser o dono
Da rainha da beleza
(Tá que a loira possa ser bonita,
mas rainha da beleza?
muito cafona...)

Foi o dia mais feliz
Que o meu coração sentiu
( Olha, o dia mais feliz? Que exagero!)
Mas meu mundo encantado
De repente destruiu
(“Meu mundo encantado de repende destruiu...”
Seu mundo encantado destruiu... destruiu o quê?
O certo seria: seu mundo encantado ‘se destruiu’
Como uma auto desctruição...)

Ao ver a loira tremendo,
Gemendo e suando frio
( Com estes sintomas, não quero nem pensar
Pelo que ela passava...)

Parei o carro depressa
Na travessia de um rio
(Que sorte! Um rio! Sempre tem um
quando a gente mais precisa...)

Enquanto eu fui buscar a água,
Que tão triste ela pediu
( Foi buscar água num rio...
Sem filtrar, nem nada...
Sem vasilha, encheu a mão e voltou)

Ouvi cantar os pneus
E me dizendo adeus
Com meu carro ela sumiu
(Eu avisei! Loira dando mole na estrada...
Não se pode confiar)

Somente um bilhetinho
Na estrada eu encontrei
( Ah que carinhosa ela!
Deixou um bilhetinho ainda...
Na beira da estrada...
O vento não levou por sorte)

Quando acabei de ler
Emocionado eu fiquei
No bilhete ela dizia
Por você me apaixonei
( Apaixonou! Humrum)
Só peço que me perdoe,
O golpe que eu lhe dei
( Ele vai ter muito tempo para refletir
E perdoá-la no caminho de volta pra casa
Talvez até peça uma carona.)

Para alimentar a esperança
O seu carro eu levarei
Me procure por favor,
Quando me der seu amor
( Que mulherzinha folgada!)
O carro lhe entregarei
O pior é que ele acredita nela, veja só:
Quem estiver me ouvindo
Preste muita atenção
O meu carro não tem placas
(Um carro sem placas, subentende-se
Que seja zero bala!
E você acha que a estas alturas
Uma loira charmosa, com um carro zero
Não tá pegando geral...? Apoixonou uma ova!)

Mas vou dar a descrição
(Ele vai dar a descrição do carro
Para facilitar que você o encontre:)

É branco e tem uma loira
Charmosa na direção
( viram a descrição?! É, é só isso mesmo...
Branco e tem uma loira na direção...
Olha, vou te ser sincero, se na segunda série
Eu faço uma descrição desta sobre qualquer coisa
A Tia Glorinha me dá zero na hora...
Desse jeito você não vai encontra loira
merda nenhuma meu amigo!)

Dou o carro de presente
A quem fizer a prisão
( dá o carro! Claro, perdio por um
Perdido por cem!)

Por ela ter roubado o carro
Já dei a absolvição
(Você devia ter vergonha de contar
Uma história dessa!, diz que foi assaltado
Que cai melhor, viu?)

Mas vou lhe dar um castigo
(Meu amigo, cai na real
Você não está em condições
De castigar ninguém,
Você foi o castigado!)

Vai ter que viver comigo,
Por roubar meu coração
Pode ter certeza... que ela vai viver contigo
Vão achar seu carro branco em algum lugar
Do país, e te devolvê-lo... vão entrar em contato
Pelo telefone que você deixou... e convencer a
Loira a ficar contigo, e de quebra ainda ficar com
Um carro! E o que estamos fazendo aqui ainda?
Vamos, vamos achar essa safada!)

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Complicações


Acho legal quando você me engana
E diz viver a vida que fantasia
Não há verdade e nem mentira
É tudo poesia!
Eu sou o palhaço de cara limpa
Moço sério que ri somente pra você
Forçando um sorriso
Descrente nas palavras de amor
Que parecem ser apenas
Palavras de amor
Descrente
Porém acreditando nelas
Ah, sim, pois quero um pouco da sua fantasia
Da nossa verdade!
Porque sinto no meu peito sério que há
Floretas inteiras não desbravadas
Bosques virgens e campos de lírios
Cachoeiras de águas de cristal
Caminhos inéditos a serem percorridos
Áreas imensas a serem exploradas
Grandes dimensões de vida não vivida
Quero poesia sim!
Mas poesia na realidade
Me permito a fantasia
Objetivando o prazer de verdade
No meu íntimo confesso:
Acho que sou feliz
Mas nas minhas orações eu peço
Pondero, faço um balanço e o ponteiro
Pára na metade
Acho que sou feliz
Só o que me falta são as complicações
De um amor de verdade

terça-feira, 6 de julho de 2010

Menino...


Hoje descobri que sou menino. Desses de bermuda pouco pra baixo dos joelhos; desses de cabelos ondulados e atrapalhados; desses de chinelo nos pés e camiseta largada no corpo!
Menino! De óculos escuros a espera de um sol. Um sol que não vem! Um menino! Um menino praieiro – praieiro sem praia – mas praieiro. Um menino a me observar diante do espelho, aparentemente sem dor nenhuma; sem responsabilidade nenhuma; sem motivo algum que pudesse me impedir de sê-lo. Talvez, e porque não, diante desse rosto no espelho... por que não dizer: um menino feliz! Porque é melhor não dizer... Não, se nos aprofundarmos no fundo dos olhos desse menino podemos entender seus porquês! É no fundo dos olhos de todas as pessoas que moram as respostas para todas as suas perguntas; é no fundo dos olhos que se percebe as batalhas que já foram traçadas; é no fundo dos olhos da pessoa que se percebe a autenticidade de um sorriso; de uma palavra... o coração é que sente, mas o olhar é que revela...
Hoje me descobri menino e tenho medo de mencionar isso a qualquer pessoa. Tenho medo de compartilhar esse segredo tão grande que se fez notório ante o espelho... no exato momento... no exato momento em que eu tirei um tempinho pra mim; no exato momento em que me pus a uma auto-analise... e me descobri! Descobri-me menino...
Sim, sou um menino. Mas sem a alegria de todos os meninos... sem a força de todos os meninos; sem um sorriso de boas vindas no rosto; sem a impulsão de todos os meninos; sem os sonhos que quando menino era... talvez tivesse projetado para dias como os dias de hoje.
Sou menino em cada segundo que tenho de ócio. Em cada instante que me disponho a observar uma vida. Em cada busca que faça nas minhas investidas por algo mais; por algo novo... sou menino cada vez que rio de algo dito por alguém – e isso faço a todo instante. Sou menino a fazer piadas – mas piadas em tons sérios – com um humor mau-humorado e de rápida construção, muitas vezes negro, que aprendi a ter.
Sou menino em cada situação que me encontro. Embora eu perceba que se torna dificílima a vida de um menino que os anos forçam para que assuma que não mais é. Sou menino e não quero deixar de ser, quando toca o termômetro da responsabilidade todas as manhãs me chamando para o lado mais chato de ser menino-adulto... trabalhar!
Sou menino, mas já não quebro vidraças, já não rio tanto assim. Já não me convenço tão facilmente de tudo – como há um tempo – já não sei aceitar certas mentiras que outrora me eram tão convenientes – e pra ser menino-adulto é preciso conciliar a perda da inocência à busca pela fantasia. Sem querer entender que é esta fantasia – que para muitos é proibida –tão necessária e até urgente; que faz de nós ainda hoje, velhos de guerra, meninos e meninas.