domingo, 10 de outubro de 2010

Excêntrica













Põe-se sob o olhar da lua a vagar sem rumo
Toda de branco contempla a vida noturna
Pés descalços pisam passos desconhecidos
Sorrisos incontrolados sugerem a tua fortuna

Onde mais na terra teria meu corpo lugar mais aquecido?
Deitado olhando o teto não vejo na vida razão nem sentido
Quero a tua extravagância presente ao meu lado
Seu jeito esdrúxulo a me notar repetido

Enquanto aqui a solidão me pesa sobre as costas cem quilos
Corres na areia duma praia desértica e inexplorada
Os coqueiros te olham e te admiram, o vento bebe da tua boca o vinho
E eu, não bebo miséria nenhuma

Teu riso se transforma em lágrima repentinamente
E ondas noturnas de um mar de ressaca se encontram com a tua
Ainda resta vinho na garrafa; a alça da bolsa incomoda
E essa é descartada – Caída na praia ama agora a lua!

Excêntrica! Excêntrica-doida-desvairada!
Excêntrica dor que um dia me mata
Biruta, exótica, esquisita – eis minha vida:
do vinho do prazer ao regurgitar da ressaca!