segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Acabou



















Acabou. Acabou o que não era
Ou o que era e penso que não foi porque não vejo agora.
Acabou!
Acabou a relação como que um contrato de aluguel que chega ao fim...
Acabou!
E é tão triste isso, pensar com este pensamento moderno que faz tudo tão descartável...
Como se a vida fosse um destes programas de talentos que após mais uma apresentação
Nosso ego de jurado ignorasse todo o suor derramado pelo protagonista e disséssemos:
Pra mim é não, próximo!
Acabou! Como um jogo de futebol no qual o resultado não agrada a ninguém...
E a culpa recai sobre as costas do juiz!
E não importa como acabou você se sentirá o juiz...
E haverá uma torcida inteira gritando dentre de você: burro! Burro! Burro!
Acabou, por não ter começado!
Por ter se perdido diante do nosso nariz...
Por ter sido abortado...
Ou nascido sem raiz...
... por falta de toque ... de olhos nos olhos
Acabou... por ser semeado e regado a risadas sem som
Abraços sem cheiro... choro sem lágrimas... cumplicidade sem verdade
Carinho sem toque... beijos sem batom...
Não, não morreu! Pra morrer necessitara ter nascido.
Não, não foi destruído! Para ser destruído necessitara ter saído do papel.
Tudo o que me disses, não foi dito, só escrito...
Acabou! Pois um de nós é livre, independente, auto-suficiente e moderno demais...
Já o outro é carente, imaturo, infantil e, mais... cobra um amor que inventou!
Acabou!  E mesmo antes de acabar... já deixou uma saudade inacabada
Uma dor engarrafada...
Um despeito que faz o peito querer gritar
E uma vontade tremenda de re-começar!