domingo, 13 de janeiro de 2013

Estranho


 

 

 
 
 
Campeio alguma pessoa que cace alguém bizarro
Alguém que se fez curioso
sem ciência de que de tal modo se perpetrava
E ao se descobrir com tamanha estranheza refletida no espelho
Por si se entusiasmou
cansado de ver as convenientes outras coisas
Normais e vazias
Implexo, entretanto, definir-se como tal
Se os mais habituais do mundo batem no peito
E expõem-se: sou diferente!
Dessemelhante, portanto seria o natural!
Ou sabe-se lá como constituiria a gente
Todavia nem sempre foi assim
Se hoje bate no peito e se diz diferente
Tempos se foram em que
Seu espírito narcisista não vigorava
Muito pelo avesso de hoje
Lhe incomodava
Caiu em tentação diante de si
Quão alheio sou eu
Mãe natureza, por que assim me fizeste?!
Mãe natureza nada lhe respondeu
Apenas mandou um soprar forte do leste
E este o desequilibrou... desabou
Colidiu com a cachimônia na pedra
Viu naquele instante que poderia finar-se
E que tudo que ponderou sobre si
Era pura utopia
Bizarro? Como era adventício, não era!
Era normal! Possuía sangue correndo em suas artérias
Quase morto, porém, não a fim de nosocômio
Viu-se normal... e da aspiração estranha que teve
O forasteiro mais habitual do planeta
Normalmente ajustou-se, porém sem qualquer roço
Do seu letárgico sono profuuuuundo!
Trabalhe, trabalhe, trabalhe mais! Moço moribundo!