domingo, 8 de janeiro de 2017

Recomeçar

Caem os cabelos da cabeça a cada segundo
E o homem tão mundo
Permanece tão mal
Mudam-Se as cores dos carros, sistemas, formatos
Mas tudo parece ser apenas igual
Cálidas e belas criaturas desfilam suas estruturas no nosso mural
Gélidas formozuras abstém-se da pura fonte vital
Meu Deus! Meu pai... por que raios sempre me esqueço que não mais mereço ser sempre igual?
Os anos pulam de década, os dias mudam de semana...
Mas o mundo não muda em nada
E vive ainda o mesmo drama...
Convido toda a humanidade
para um café nesta tarde
Uma foto bonita e uma promessa fingida
Que neste ano, vamos mudar...
E espero que, o eu de agora,
um pouco mais velho... com sorriso mais belo
Possa re-começar!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Uma bolinha

 







aaaaaaEstes dias no trabalho encontrei uma bolinha. É, uma bolinha. Pequenina, oca. Do tamanho dessas bolinhas que vem em desodorante roll on. Só que leve, como se fosse uma bolinha de Ping pong. A primeira reação minha quando vejo um bolinha, seja dura, oca, leve, pesada,  grande ou pequena é tentar brincar com ela. Sim, eu sou um esportista e, talvez, um dos grandes símbolos do esporte seja uma bola. Basquete, tênis, vôlei, tênis de mesa, futebol... enfim, são inúmeros os esportes que a utilizam como parte essencial de uma disputa, ou de uma brincadeira. 

Uma criança com uma bolinha na mão eu era. Uma bolinha que rapidamente tem o poder de nos remeter a inúmeras brincadeiras da infância. Uma bolinha que nos leva a viajar sobre as inúmeras possibilidades por ela oferecidas. Posso arremessá-la no cestinho de lixo e testar a minha pontaria. Chutá-la em direção ao gol imaginário e comemorar com um soco no ar. Driblar os móveis que vejo, passar pelas cadeiras, finalizar! Fazer embaixadinhas, testar meu cabeceio... ou simplesmente quicá-la no chão e deixá-la pular. Enfim, eu tinha nas mãos uma bolinha e um leque de possibilidades.

Uma bolinha, eu a tinha em minhas mãos e a atirei no chão, sem muita força, para sentir o prazer de vê-la quicar. Meu Deus, que tristeza senti ao perceber que a bolinha não quicou. Permaneceu parada no chão inerte. Inconformado a peguei novamente e a olhei por inteiro como quem buscasse nela alguma anomalia, algum impedimento que fosse que determinasse  a sua inglória situação. Não encontrei. Então, respirei fundo, me concentrei o máximo que pude e tentei novamente. A joguei no chão, dessa vez com mais força, como quem querendo incentivá-la a conseguir. Pá! Ela bateu no chão e ali permaneceu. Que tristeza. Que tristeza constatar que a bolinha não podia mais pular.  Fiquei triste por mim, mas sem dúvidas, muito mais triste por ela... decepcionado, porque tudo aquilo que projetei quando a vi, havia se tornado distante demais. Mas mais que decepção eu estava compadecido da sua causa. Pensativo. Preocupado com ela. Reflexivo. Queria entendê-la, compreendê-la. Ajudá-la. Mas não podia, não sabia como... 

Você pode até estar achando patético tudo isso. Você pode até estar achando ridícula toda esta história. Mas pensemos comigo. Qual a razão de ser de uma bolinha que não pode mais pular? Qual a vantagem de ser uma bolinha que não consegue satisfazer a uma criança? Quem quer brincar com uma bolinha que não quica, que não pula, que não diverte, que não tem como companhia outras bolinhas? Uma bolinha que não agrada ninguém, embora seja um símbolo de esporte, alegria.  Uma bolinha rejeitada, triste, sozinha, depressiva que já não tem muito razão de ser! Uma bolinha que não pinga, não tem alegria. É como uma pessoa que não sorri. Uma bolinha que olha pra si e se pergunta diante do espelho: onde foi que eu deixei que tudo se perdesse?! Uma bolinha... linda, perfeita, convidativa, como tantas pessoas mas que perdeu a sua essência!

Talvez esta bolinha não tenha entendido ainda, por mais chavão que seja que é preciso acordar todos os dias e abraçar as inúmeras possibilidades. Talvez ela não tenha pensado que é preciso entender onde erramos e tentar reparar os erros antes que o dia se acabe. Talvez esta bolinha nunca tenha imaginado que teria que curar suas feridas antes que se tornassem incuráveis. Antes que fosse tarde demais. Talvez essa bolinha nunca tenha se preocupado com a sua saúde. Nunca tenha percebido a importância de ter outras bolinhas por perto. Uma bolinha com quem estar, com quem conversar. Talvez esta bolinha tivesse pensado um dia que seria eterna e que nunca deixaria de pular. Hoje, meu amigo, veja bem a situação que se encontra esta bolinha que perdeu sua principal qualidade. Que não calou a dor da tristeza, da decepção, das pancadas da vida. Não conseguiu superar os traumas que teve e não tem mais forças pra lutar... sozinha, esquecida num velho armário, junto a rascunhos desimportantes, agora espera seu fim... e isso me leva a pensar...



domingo, 13 de janeiro de 2013

Estranho


 

 

 
 
 
Campeio alguma pessoa que cace alguém bizarro
Alguém que se fez curioso
sem ciência de que de tal modo se perpetrava
E ao se descobrir com tamanha estranheza refletida no espelho
Por si se entusiasmou
cansado de ver as convenientes outras coisas
Normais e vazias
Implexo, entretanto, definir-se como tal
Se os mais habituais do mundo batem no peito
E expõem-se: sou diferente!
Dessemelhante, portanto seria o natural!
Ou sabe-se lá como constituiria a gente
Todavia nem sempre foi assim
Se hoje bate no peito e se diz diferente
Tempos se foram em que
Seu espírito narcisista não vigorava
Muito pelo avesso de hoje
Lhe incomodava
Caiu em tentação diante de si
Quão alheio sou eu
Mãe natureza, por que assim me fizeste?!
Mãe natureza nada lhe respondeu
Apenas mandou um soprar forte do leste
E este o desequilibrou... desabou
Colidiu com a cachimônia na pedra
Viu naquele instante que poderia finar-se
E que tudo que ponderou sobre si
Era pura utopia
Bizarro? Como era adventício, não era!
Era normal! Possuía sangue correndo em suas artérias
Quase morto, porém, não a fim de nosocômio
Viu-se normal... e da aspiração estranha que teve
O forasteiro mais habitual do planeta
Normalmente ajustou-se, porém sem qualquer roço
Do seu letárgico sono profuuuuundo!
Trabalhe, trabalhe, trabalhe mais! Moço moribundo!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Vinde a mim


 
 
 
 
 
 
 
 
 


Eu estou cansado dessa gente sem valor nenhum
Dessa gente sem brilho nos olhos
Dessa gente que gargalha do que julga inferior
Dessa gente mal amada, sem certezas, sem amor
Estou cansado desses pseudorriquinhos que ficam por aí de bar e bar
E o pior: bancados pelos pais!
Estou cansado destas músicas que retratam na verdade o que nos tornamos
Pessoas interesseiras, se vendendo, se desvalorizando
Estou cansado desse país cada vez mais escabroso nas mãos de gente tão má intencionada
Que me tira o apetite! Que me causa indigestão!
Estou cansado deste sistema tenebroso no qual o mundo está mergulhado
Estou cansado dessa total falta de sensibilidade que todos têm adotado
Cansado dessa idolatria, dessa permissividade, dessa deslealdade que vemos de lado a lado.
Estou cansado dessa gente mentirosa vendendo a imagem de um Deus crucificado
Um deus, com d minúsculo que não é Aquele que por nós morreu.
Pois Aquele não pedia dinheiro pra nada, não pregava a prosperidade financeira
Era taxado como um desordeiro, porque dói... dói nos outros quando se é verdadeiro.
E eu, estou cansado!

sábado, 3 de novembro de 2012

(Des) Necessária Ilusão


 
 
 
 
 
 
 
Confesso que, durante um tempo, tinha confuso em minha cabeça os conceitos de Ilusão/desilusão. Como defini-los? Identificá-los? Não sabia! Seria prático dizer que toda ilusão leva a uma desilusão. Seria prático, não poético. Seria fácil dizer que a segunda não existe sem a primeira. Seria plausível dizer que as duas se opõem. Seria triste entender que é melhor estar desiludido do que iludido. Porque por mais que eu queira ver a ilusão como algo bom que me motiva e me põe pra frente, minha racionalidade tão sofrida me aponta para a enganação.

Todavia, a palavra ilusão carrega no seu peito uma subjetividade de conceitos. O que torna complexa por demais qualquer constatação. Se a ilusão é a confusão de sentidos, como me propõem os dicionários, se a ilusão leva a uma percepção irreal, se é uma maneira de fuga da realidade, seja por consciência ou não, eu não sei. Mas iludir-se pode ser bom. Seguindo a linha do eterno enquanto dure ouso dizer que Ilusão só é saudável quando se é saudável e espero nisto poder ser compreendido...

E digo isso sem medo de estar falhando e, sobretudo, sem a intenção de estar te iludindo... penso que não dê para falar sobre ilusão sem chamar à memória nossos relacionamentos. É muito forte em nós, a constatação, após o fim de um namoro, a afirmativa ‘foi só ilusão’, ‘me iludi mais uma vez’. E é por isso, que vejo a ilusão como arma maior da paixão. Somos iludidos por aquilo por que nos deixamos iludir, mas iludir no sentido de se apaixonar. A paixão cega e,  por que não dizer, ilude?! Sim, quão bom é estar apaixonado, quão ruim é pensar que fomos enganados. Quão libertador é imaginar que estamos desiludidos, posto que a desilusão revela a verdade outrora ignorada... No entanto, quão sem graça seria o namoro sem aquela total entrega que nos permite a ilusão. Claro, não nos entregamos a qualquer ser. Buscamos por pessoas interessantes que beiram à perfeição. Não existem tais pessoas, mas nós, enquanto iludidos, vestimos na pessoa desejada a roupagem da nossa psíquica imaginação. E partir dela, quantas boas histórias e quanta emocionante recordação. E daí, se recordando a gente chora? Chorar alivia a tensão.

Contudo, ilusão não pode ser tomada, exclusivamente, como um o sentimento de um ser por outro – como uma paixão. A gente se torna iludido por tudo aquilo que pensa que ama e, não encontra nesse amor razão. Sim, iludir-se pra mim é obedecer às vontades cegas do coração. É agir por instinto, pela emoção... quase enfeitiçado, inebriado, sob efeito de uma substância que encoraja a mentir pra si próprio sobre o perigo que nos proporciona tal condição. Sim, iludir-se faz um mal danado ao já calejado coração.  Mas gosto de me iludir, às vezes, pois iludido me animo a fazer loucuras que a minha racionalidade tão chata tanto me diz não.

Estar iludido é um mal necessário que sempre eleva meu discurso a um status de indecisão. Se a verdade liberta, implicitamente, percebe-se que a mentira prende. E olha o vasto mundo de significados que cabem neste contexto. É intertextual e ilimitado. Poético, sem deixar de ser céptico. Me remete a pensar sobre a criação de todas as coisas, e confrontar o que chamam de fé burra, ciência e religião. Noutro momento, me faz reduzir todo seu sentido a uma mulher que faz pulsar descompassado o meu peito sem aparente razão. Sentimento que faz esquecer o que não posso, o certo e errado, tão complexo e questionado acerca de qualquer condição. Ilusão encarnada numa mulher, faz com que a prioridade seja ela, acima de qualquer suspeita, defeito, sequela... idolatrada, salve, salve seja a pessoa que nos aprisionou, nos iludiu. Gosto ou não gosto? Vamos para uma outra percepção... O ideal seria que pudéssemos nos iludir e não alcançássemos a desilusão.

E a ilusão fala acerca de tudo, proponho alguma personificação, explico: Se ilusão fosse um time de futebol seria o Corinthians. Se fosse um político, o Collor. Se fosse uma revista, seria a Playboy, um programa de TV fosse, talvez, o BBB. Se ilusão fosse uma cidade, seria Brasília, se fosse um livro, seria do Paulo Coelho, ou melhor, um qualquer que dê dicas sobre motivação. Se ilusão fosse dinheiro, seria o nosso Real, se fosse um piloto, creio que o Barrichello, se fosse uma igreja, seria a Universal, se fosse uma música, seria Imagine, se fosse um cantor, Michael Jackson. Fosse um carro, talvez, um Camaro Amarelo, fosse um movimento, seria a Sociedade Alternativa, fosse um processo interativo, seria a Globalização... se a ilusão fosse uma mulher... bom..., não quero me iludir com você.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A próxima sexta-feira















Hoje em dia, todos estão cansados, estressados, de saco cheio e aguardam, desesperadamente, a próxima sexta-feira. Acreditem, até mesmo aqueles que não têm um risco de caneta na carteira de trabalho. Sim! O final de semana é um evento que, embora semanal, ganha status de grande acontecimento. É... talvez porque final de semana seja um momento de descansar, rever os amigos, refletir, sair, azarar, encontrar o grande amor de sua vida, refletir, ir a missas, cultos, shows, comícios, e sobretudo, gandaiar.

O fato é que a semana cansa. Mas penso que cansaço de verdade é aquilo que se sente quando o coração foi acometido de um grande esforço. E é preciso estar cansado, às vezes. Porque aquele que se cansou, ciente de tal condição, reconheceu que, sob tal condição, não se pôde continuar. O primeiro passo para mudança já foi dado. Não que isso seja o suficiente, posto que é ainda o primeiro passo, mas já é alguma coisa e, não pouca coisa. E nesta caminhada, feita de passos, entender a medida certa, o melhor ritmo, o melhor caminho é crucial...

Se por um lado, final de semana é hora de descanso, por outro, a semana é a hora de trabalhar, de resolver as coisas, de arregaçar as mangas da camisa e lutar! Sim lutamos essas luta diária sem que possamos perceber. Luto! Pois quando luto, sou capaz de vencer. Talvez, o tal cansaço que sentimos more nelas, nessas batalhas. Mas creio que a maior de todas as batalhas que travamos na vida é com nós mesmos. Estar com alta auto-estima, bem, capaz de sorrir e mais que sorrir, oferecer sorrisos, viver sem culpa é o grande desafio. Fala-se muito em amor ao próximo a despeito de todo este egoísmo que presenciamos. Fala-se muito em perdão! As pessoas falam muito em perdão, mas o primeiro perdão deve ser liberado a si próprio. Se você não está paz consigo, perdão é uma blasfêmia! Fala-se muito em amor, mas a exemplo do que penso sobre perdão, amor a si é essencial, sem o qual não há parâmetro funcional para amar o próximo. Amar o próximo como a quem? A si mesmo...

Por último quero declarar que não importa sua opinião sobre nada. Aliás, importa e, como importa. Mas não importa, o que importa é o que você faz com a opinião que tem. Qual a aplicabilidade dela na sua vida, se é aplicável passa ter o valor de uma vida, se não é... é só mais uma. Tenho uma visão apartidária, se eu puder carregar a bandeira da honestidade já significa muita coisa. Mas isso é apenas um exemplo, o importante é termos coragem de dizer não àquilo que vá contra nossos princípios. Saber dosar o momento e os ingredientes na subjetividade que viver impõe. Não existe pouco ou muito, frequência certa ou errada, essas medidas, intensidades se alternam à medida que você traça seus planos. Em paz com aquilo que se acredita, esperar a próxima sexta feira nem cansa tanto.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Calada

 


















A gente não sabe nada da vida ainda. Nada.
Enquanto o fogo queima  mato seco
O vento varre o pó da terra
O céu relampeja em outros cantos
E outros tantos, nascem e morrem em um algum lugar!
A gente sabe nada ou quase nada sobre tudo
A vida frágil se esfarela num segundo
O homem chora debruçado em si mesmo
Homem a homem é recolhido à seu mundo
A gente não sabe nada desta vida
A gente só respira enquanto o horror se espalha
A tua cabeça é preparada sutilmente
E empurrada a navalha
A gente não sabe nada sobre este mundo
Roda o redemoinho na velha estrada
A boca reclama daquilo que sente
Mas permanece totalmente calada.

 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Na escuridão
















Na escuridão tudo é pensamento
Na escuridão tudo é imaginação
O real chama a uma alucinação metódica
Mas não necessariamente
Na escuridão tudo é mais claro
A vida; os caminhos; o dia se faz e refaz na cabeça
O dia que vem é projetado
Deitado, olhando algo que nem se vê, na escuridão
Que sejam claros nossos dias
Como em momentos escuros
Onde não ver o caminho era o mais precioso que tínhamos
Porque quando não se vê, e só se imagina
Se cria da melhor maneira
Se pensa melhor
Se imagina melhor
E se esconde aquilo que os dias claros
Tanto nos mostra para nos machucar
 

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Endemia sócio-virtual


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 




Isto aqui é um depósito de ideologias baratas.
De verdades mal desenhadas
De pessoas terrivelmente felizes
De muitos atores, poucos aprendizes.
Isto aqui é um antro de pequenas personalidades
Uma novela de muita audiência, mal editada. Não dirigida!
Um filme, onde cada um quer que sua história seja registrada.
Isto aqui é uma corrida de cavalos! De carros. Cem metros rasos!
Com obstáculos!
Uma corrida mortal... Na qual, se tem uma necessidade fútil de provar pros outros
Coisas que não são necessárias que se prove nem a nós mesmos.
Isto aqui é museu ao avesso
Uma exposição de arte-ultra-moderna
Um lugar sem endereço. Uma cela, uma prisão
Um delineador de biografias
Isto aqui é um palco
De humoristas instantâneos
De eventos prófugos, fugazes!
Um-guarda-ilusões que não se enche - senão o saco!
Um registrador de cartão de pontos
Um compromisso com a vida!
Onde não fazer nada dá demissão, justa causa!
O que estará amanhã na minha página???
Isto aqui é...
Um painel de amostragem
Um cenário de super-heróis vazios
Sem rumo, sem privacidade!
Palhaços, mágicos, ilusionistas, colunistas e culinários
Compõem um celeiro desimportante de talentos
Tão lentos... mas tão lentos.
Isto aqui é uma cartilha pra vida
Todos têm uma receita pra você!
Todos têm um conselho
Não aplicável a eles mesmos.
Pois é necessário testar nas cobaias primeiro.
Isto aqui é uma praga que se alastra! Um câncer que se espalha
O devastar de um térreo-ou-maramoto. Algo fatal como corte de navalha!
Isto aqui, ô, ô... é uma epidemia viral!
Infelizmente sem a qual, hoje em dia não se vive!
Me tragam uma antídoto que me cure o peito
Que leve embora este despeito, o que me ensine a viver assim!
 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Conjunto


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Com o coração taquicardia
Sobe o sol sobre o monte
E me diz: bom dia!
Sol, tu que brilhas tanto
Agora tão velho e já cansado
Como ainda tens tanto encanto?!
E brilhas às multidões... às nações
Para as dores e para as canções!
Pobre sol!
Não digas nada! Fica mudo...
A vida é celeiro de egoístas
Não queiras se fazer conjunto...
Não me ofereças tuas palavras
Além de não ter dinheiro
Eu não tenho bom senso
Não tenho bom gosto
Sou um poço,
... e estão me vendendo...
 

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Infidelidade Partidária










Miranda queria ser político
Fez cartaz, panfleto, campanha
Discursos, comícios, enfim...

Miranda queria ser político
Mas sua mulher votou em mim!

Miranda, Miranda, Miranda...
Logo eu! que Nem candidatei...

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Bumerangue













Quem cava a cova do coveiro?
Estou certo de que é o coveiro que aqui fica
Aquele que passou a vida a despedir-se de todos
Homens, mulheres, conhecidos e desconhecidos
Agora se despede da gente
a terra que tanto jogou no outros
Sobre o seu corpo lacrado em caixão sente!
Devemos sempre nos lembrar na vida
Tudo o que fazemos de alguma forma volta para gente
Não dá para enganar a vida toda
Não dá para se fazer de inocente
Há de alguma forma uma justiça
Tem de haver!
E hoje estou triste novamente
Meus olhos estão cheios de lágrimas
Por pensar que poderia ter havido amor entre a gente
Você me enganou, me fez acreditar que eu poderia
Que meus pequenos erros eram passageiros
E que você me aceitaria
Mas é tentando buscar o perfeito
Muitas vezes que descobrimos nossas limitações
O ser humano é limitado
E não sabe se defender quando seu coração está cheio de paixão
A perfeição envolve o ser amado
E todo questionamento é vão
Tudo o que fazemos volta de alguma forma volta para gente
Como um bumerangue, ou como uma carta mal endereçada
De volta ao remetente!




quarta-feira, 1 de agosto de 2012

O fora - (Analisando a letra)



Cheguei atrasado pro encontro de amor
Hummm então você chegou atrasado pro encontro de amor?
Não me parece muito prudente chamar qualquer encontro de encontro
do amor... mas bora ver o que dá...
Com alguém que eu queria muito rever
Você queria muito revê-la? Entendo, e ela? Queria te ver?!
O tempo passou mais depressa que eu
O tempo passou mais depressa que você??? rs Como assim?
Em questão de minutos eu perdi você
Véiii, na boa... Em questão de segundos, ... você a perdeu?
Em questão de minutos eu perdi você
Ops, de minutos!
Pára, cara! Pára de fantasiar... Não me parece ter sido seu atrasado
que a fez perdê-la...
Feito um louco em meu carro rodei a cidade
Pra ver se encontrava você por aí
Cara, que espécie de encontro é esse?
No qual, você se atrasa... e não tem um número de celular pra ligar
e dizer olha, aconteceu um imprevisto... o cachorro do meu vizinho foi
atropelado, e tive que ir consolá-lo mas tô chegando...
Ou vai me dizer que não pegou o número dela?
Cara, você é muito amador!
Vai me dizer que não tinha créditos?
Mas nem pra uma mensagem?
E quer sair de que jeito?
De repente entrei em um lugar qualquer
E por coincidência você estava ali
O amor prega cada peça na gente!
Muito lindo essas coincidências...
Quase me lembra Cazuza: "que coincidência é o amor
a nossa música nunca mais tocou..."
Fiquei te olhando enquanto você dançava
Você me flertando enquanto ele te abraçava
Ela te flertando? No mínimo, muito preocupada... muito!
E nesse impasse, morrendo de desejo,
Sem poder fazer nada.
Sem poder fazer nada! Realmente
sem poder fazer nada! Enfim uma frase coerente!
Amigo, vai por mim... a essa altura do campeonato
você não poderia fazer, absolutamente NADA...
*Como você me marca um encontro com uma mulher
Não vai buscá-la em casa!
*Consegue levar mais tempo pra se arrumar do que ela
sim, pois você se ATRASOU, conforme verso um:
"Cheguei atrasado pro encontro de amor"
*Não pega o número dela pra ligar! E dizer que você
é um homem moderno, que tira a sobrancelha
depila as pernas e axilas, passa base corretiva no rosto
faz francesinha nas unhas e por isso vai se atrasar um
pouquinho! Como?
*Cara você estava de carro, meu... (Feito um louco em
meu carro rodei a cidade) buscasse a piriguete em casa, véi!
Ali parado, tomando uma cerveja,
Véi... que cerveja o quê? Que mané cerveja, meu!
A essas alturas você devia estar tomando é pinga, meu!
Eu e a tristeza dividindo uma mesaem que pegar outra
Você e a tristeza? E por que não foi dançar com uma qualquer?
Não sabe que pra conquistar uma mulher... Não sabe que uma
das maneiras de chamar a atenção de uma mulher e ficar
com outra na frente dela? Ah sim, você é principiante!
Enquanto eu sofria entre um gole e outro
O cara só te beijava
Este só beijava, quer dizer que era pouco o que o cara fazia?
Ou só beijava o tempo todo? Justifique sua resposta!
No meu desespero entre o ciúme e a raiva,
Desespero não ajuda em nada! Já dizia minha avó:
quando for assim, você ignora!
Feito um palhaço que levou um fora
Por que palhaço?!
Paguei minha conta, olhei pra bandida,
Entrei no carro e fui embora.
Paguei minha conta, olhei pra bandida... entrei no carro e fui embora!
E ela pensou: ja vai tarde idiota!
Paguei minha conta, olhei pra bandida,
Entrei no carro e fui embora
E ainda insiste que ela é bandida! Você que é lerdo meu!
Vamos curtir um pouquinho da música agora:
Fiquei te olhando enquanto você dançava
Você me flertando enquanto ele te abraçava
Que saia justa!
E nesse impasse, morrendo de desejo,
Sem poder fazer nada.
(...)
Ali parado, tomando uma cerveja,
Repare que ele está de carro e bebendo
Eu e a tristeza dividindo uma mesa
Enquanto eu sofria entre um gole e outro
Um gole e outro! Vai ver bebeu pra caralho!
O cara só te beijava
Ali, no meio de todo mundo ele só beijava mesmo
Mas não iria ficar só nisso... afinl, ela é bandida!
No meu desespero entre o ciúme e a raiva,
Feito um palhaço que levou um fora
Paguei minha conta, olhei pra bandida,
Entrei no carro e fui embora.(3x)
Cara, pra que repetir três vezes que você olhou
pra bandida entrou no carro e foi embora?!
Você não levou vantagem, meu!
Paguei minha conta, olhei pra bandida,
Entrei no carro e fui embora.(3x)
É um fora da lei mesmo! Chapou o caneco
entrou no carro bêbado, e saiu dirigindo
colocando em risco a vida de civis inocentes
que não tem culpa de você fazer tudo ERRADO, cara!
Um erro não justifica o outro!
Vai por mim, engole o choro, levanta a cabeça e
arquiteta melhor o próximo encontro!

terça-feira, 24 de julho de 2012

Nasceu








Champanhe! Uma criança nasceu!
Fotos e filmagens comprovam e coroam!
Uma criança nasceu! Viva!
Um marco! Antes e depois! Brindemos!
A família e os amigos e os demais curiosos
Ovacionam o recém nascido que responde com chorinhos
E pequenos gestos com as delicadas mãozinhas...
Nasceu! E ele nem sabe o bem que faz!
E nem sabe a alegria que já proporcionara antes mesmo de existir.
Agora chega de choro criança! Tem um mundo a descobrir!
Sim! Cada pessoa que lhe tocar é inédita...
Cada palavrinha que ouvir, nunca antes por ela foi ouvida...
Cada cor que ver...cheiro que sentir...
Todo lugar que a levarem... tudo! Tudo é a primeira vez!
Ah e apostas farão: terá os olhos azuis!
Não, verdes!
Puxou a mim, Corinthiano!
São paulino - diz a tia!
Importa é ser saudável como a Vovó! Né, bebê lindão?!
Ah... um mundo inteiro a descobrir tem a criança
E nós, um novo mundo!
Um novo fôlego, nova esperança...
De repente enquanto a gente respira,
Nasce uma criança no Japão,
Na Itália, no Brasil, na Inglaterra... em Londres!
Não deixemos de respirar! Nunca!
Ah! A vida não tem fim! Que fantástica!
Acaba em uma e começa em outra
E sempre que começa em outra vida
Enche outras de mais vida!
E tudo que precisamos é respirar!
À todos presentes, feliz nova vida!



Duas observações:

* Quatro anos voam!
*Todo tempo que passa a gente tem saudade...

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Pense em mim - (Analisando a Letra)

Pense Em Mim

Em vez de você ficar pensando nele,
Em vez de você viver chorando por ele,
Pense em mim, chore por mim,
Aoooow dor de cotovelos!
Liga pra mim, não, não liga pra ele,
Pra ele! Não chore por ele!
Chore por mim? É isso mesmo? Chore por mim?!
Se é pra chorar por um dos dois, deixa ao menos
que ela escolha por quem chorar, ora bolas!
Curtamos a linda melodia, primeiramente!
Se lembre que eu há
Muito tempo te amo! Te amo! Te amo!
Quero declarar que não acredito em tal amor!
Há muito tempo? Hoje em dia? Não mesmo!
 Quero fazer você feliz!
Uau! Bons fluídos!
Vo-cês: 
Vamos pegar o primeiro avião
Com destino a felicidade.
A felicidade pra mim é você.
que lindo! Uma vez mais!
Vamos pegar o primeiro avião
Com destino a felicidade.
A felicidade pra mim é você.
Peraí, peraí seu Leonardo! Como assim?
Ela é a felicidade, certo?
Vocês estão juntos no mesmo avião com destino a felicidade!
Ora bolas, se ela é a felicidade pra que raios ir em busca de felicidade.
E digo mais! Se ela é a felicidade, por que vive chorando por Ele
por você?
Se ela é a felicidade, como você quer fazê-la feliz?
Por fim, Leonardo... Se ela é a felicidade
ela, francamente, não precisa de você...
Em vez de ficar pensando Nele, Leonardo...
Pense nisso!



domingo, 25 de março de 2012

Contra mim















Tudo que sei e que não sei depõe contra e a favor de mim.  Era isso! Só isso. Toda minha vida resumida a uma frase só. E não qualquer frase. Uma frase curta que entoa um canto nada pragmático. Que apresenta um significado incerto. De uma natureza toda subjetiva. E ainda sim, objetiva. Eu já não entendi o porquê de ter escrito essa frase, um dia, em um pedaço de papel e botado na carteira. Levei um susto enorme quando reli aquele pedacinho de folha. Já não me recordava as razões e emoções que me levaram aquilo. Já não... mas não adiantava mais. Aquilo já depunha contra mim. O fato de não saber ou não me lembrar não me justificava. Não me isentava de nada. Eu era culpado ou inocente já. Já estava sentenciado a pagar ou não por alguma coisa que sabia ou não sabia. Confuso? Talvez sim. Mas agora era tarde.

Eu me tornei uma frase em um mísero pedaço de papel. E teria de conviver com isso por muito e muito tempo. Aprisionado a uma idéia. Agora entendo: a palavra tem poder. Tem, tem poder! Um poder muito maior do que se pode imaginar. Eu sou um pedacinho de papel. Que me julga e me mede. E me faz caber nele. Você é de que tamanho? Eu gostaria de saber... você cabe em um pedaço de papel? Tudo que não cabe em mim, sobra. Mas cuidado com as coisas que você diz sobre si. Algumas palavras podem te limitar por muito tempo.

Eu, a partir de agora devo me policiar. Tomar cuidado com tudo que aprendo. Isso sim é muito grave. Tenho o dever de compartilhar tudo o que eu aprender. Porque isso se voltará contra mim. Não me confidencie nada! Não confie a mim um segredo. Se traiu, se roubou, se matou alguém. Se adora ver vídeos de sexo homossexual. Se tem fantasias eróticas... não me digam! Procurem outra pessoa. Não me responsabilizo por quaisquer danos causados após uma eventual revelação que possam fazer.

Ah e não é drama meu. Vem agora a parte mais grave da minha grande questão. Não apenas o que eu souber depõe contra mim. Aquilo tudo o que eu não souber também. Todas as coisas do mundo que eu não me ligar em aprender. Todos os livros que por preguiça ou falta de tempo eu deixar de lado. Todos os filmes que eu deixar passar batido. Todos os aparelhos que eu não souber manusear. Todas as músicas as quais eu não puder ou não quiser ouvir. Tudo isso, depõe contra mim. Fui condenado a estudar e estudar e estudar! Para sempre. Nunca poderei deixar de aprender. Pagarei pela ignorância ou inexperiência em todo e qualquer assunto que me questionarem. Porque estou ciente de que o que não sei, depõe contra mim. Desde os Gibis, passando pela Barsa, Alcorão e a bíblia. Tudo. Tudo entrará em questão. Porque em qualquer um destes lugares poderá estar um conhecimento que me faltará. E não foi outra pessoa que disse: “Tudo que sei e que não sei depõe contra e a favor de mim”. Senão eu.

A favor de mim pesará meu compromisso. A minha verdade que me move. A honestidade com que eu te digo: não confies em mim. Porque todo ser humano é torto. Sim e não se deve submetê-lo a uma condição de parede, a qual se revela as mais graves barbarias e sabe que ela permanecerá ali. Quieta. Fria. Emudecida. A favor de mim, leve-se em conta meu caráter, a certeza de que tento a cada dia fazer o meu melhor e que mesmo assim não sou melhor e nem pior do que ninguém. Depõe a meu favor, cada gesto que não preciso divulgar e cada vez que peguei na mão de alguém. E cada vez que ensinei  a uma pessoa uma palavra. Depõe a meu favor e a contra todos vocês o significado de cada palavra que vocês conhecem...  usam e falam. Porque ninguém é obrigado a nada nesse mundo, desde que não se obrigue.

Amar. Desejar. Querer. Poder. Fazer. Desistir. Errar. Cumprir. São apenas verbos sem vida própria. Se desejar, não os conjugue! Porque tudo aquilo que você sabe e não sabe depõe contra e a seu favor. Eu cometi o erro de abusar das palavras e me aprisionei a elas. Você pode escolher.  Se desejar o mesmo venha! Para me encontrar me busque em uma frase em um papel.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

...essa tal felicidade















Felicidade deveria ser uma coisa espontânea... como um vento que entra pela porta, um raio de sol na fresta do quarto de manhã... o aroma convidativo do café da manhã que só a nossa mãe sabe fazer. Felicidade deveria surgir como surge um espirro, um soluço, uma tosse, um sorriso. Felicidade deveria ser algo fácil de se conseguir como uma lágrima...

No entanto, felicidade é muitas vezes uma coisa inventada. Um sentimento dosado. Fragmentado. Medido. Repartido. Felicidade, a gente só tem, em meio a um e outro problema. Felicidade só se tem, em âmbito geral, em meio a uma e outra morte. Felicidade só se tem em conta gotas em meio a uma e outra atrocidade. Sempre fica o gosto de quero mais a e sensação impotente de “eu nunca serei feliz.” Felicidade não deve ser pensada como algo que não se deve usar. Felicidade não é algo que investimos muito dinheiro que não podemos estragar. Felicidade não é carro importado, casa de luxo, sapato caro que se deve evitar o seu usar. Felicidade é brinquedo barato que se usa sem medo de errar, com o qual se ‘brinca’ sem medo de estragar.

Estão a todo nos vendendo, oferecendo, empurrando felicidades clandestinas em todos os lugares. Estão a todo nos oferecendo felicidades condicionadas àquilo que nos custa muito pagar. Estão a todo oferecendo doses de felicidades em toda esquina, em todo bar.

E o que mais dói é saber que a felicidade que não temos não foi nada nem ninguém que nos roubou. Nós mesmos a perdemos em algum momento da nossa caminhada. Ninguém tira o que é nosso. Não. Jamais! Eu posso afirmar que a felicidade está disponível ao simples estender da sua mão. Ao simples abrir do seu coração. Ao simples gesto de aceitação. Felicidade não aprisiona. Felicidade é verdade, e verdade a tudo liberta. A tudo desperta. Ao torto conserta... ao tolo alerta...  

Felicidade é escolha. Frágil como bolha. Forte como furacão. Felicidade é a liberdade de escolha e ser feliz é seguir sem culpa o caminho de sua opção. Felicidade beira loucura ao ponto de alcançá-la os loucos, os poucos... os simples de coração. Felicidade é individual e deve ser usada de maneira exagerada, imódica, descomedida, demasiada! Felicidade não deve ser escondida, retida, disfarçada... antes deve ser gritada, escancarada, apregoada, anunciada. Felicidade deve ser divulgada e romper as fronteiras do seu coração. Felicidade deve ser compartilhada, pregada. Todos devem saber que ela realmente existe não só no seu filme preferido, nos livros, na sua canção. É direito humano/constitucional/espiritual/ ser feliz! Seja e faça a divulgação. E não se esqueça que está nas suas mãos o poder de sua mediação.


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Vem









Vem, pois agora estou preparado para te receber.
Vem, pois depois de tanto navegar e bater contra rochas firmes
aprendi a ser resistente o bastante para seguir.
Vem, pois todo medo se desfaz diante da sua força!
Vem, pois sem ti meu caminho é incerto.
Agora posso dizer que estou pronto
Agora posso dizer que sei o que quero
Agora posso avistar o que sempre procurei
E admitir que sempre esteve tão próximo
Mas que fui incapaz de ver.
Vem, pois não há nada que me fará desistir...
Ahhh como é incrível saber o poder que temos nas mãos
E me fizeste entender o amor de forma simples e profunda
Sempre andei me escondendo, me disfarçando, me anulando
Até que percebi, despois de tanto me esquivar, o seu olhar
Sim! Só quando te olhei nos olhos foi que percebi que ser livre...
é viver sem culpa.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Aquele Tombo de biclicleta

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(A juventude e as bicicletas do futuro)


           O tempo vai passando e vão aumentando nossos problemas. Porque quando se é criança é o seguinte, você só vai à escola e nada mais. E ainda reclama de ter dever de casa. Depois a gente chega à adolescência e fica se sentindo um rei. Sim, porque achamos que podemos fazer de tudo e ainda nos trancar no quarto para não dar satisfação! E você acha que nessa época tão conflitante alguém quer se preparar para o vestibular? A verdade é que a grande maioria dos adolescentes não vê a hora de acabar o segundo grau pra dizer tranqüilo: “ ah faculdade é muito difícil” E se acomodar um pouquinho! Mas nem todos ficam parados! Tem gente que corre bem e sai correndo na frente! Portanto corra atrás deles para não ter que trabalhar para eles amanhã.

Não é mais fácil ser criança? Posso me lembrar que me divertia muito! Ah... aquele tombo de bicicleta... Ainda me lembro das mãos esfoladas..., Hum pobres cotovelos!!! Mas meu nariz...  me lembro que saiu ileso, não me esqueço! Não me esqueço das roupas rasgadas, do corte no rosto, do sangue na camiseta e também daquele terrível mertiolate.

Posso ver até hoje a cara de susto daquele povo, da vizinha gritando: “Ai Meu Deus!” Mas os acidentes que acontecem com seus vizinhos, podem acontecer com os filhos seus!

Bom, naquela época, ainda era uma grande diversão ter uma bicicleta... Mas como tudo que se passa, essa época se acabou. A gente foi crescendo e, hoje em dia, são outras as diversões. Todo mundo se diverte tanto que certas coisas chegam quase a convencer... Não sei, às vezes, acho que tudo foi ficando muito forte e estranho... talvez, distante! Inacessível! Os meninos ausentes e sorrindo menos, as meninas deprimidas! Mas ninguém quer mostrar que está triste, e se isolam nos cantos, quase choram! Não se abrem, não gostam de falar! O maior problema é na euforia das noites... ninguém é capaz de imaginar como ficam alguns jovens por aí... se fossem só os cigarros e um pouquinho de cerveja. Não, não é! O pior de tudo é quando cada um vai pra sua casa... deitado é sempre mais fácil analisar o que aconteceu! Existe um vazio que nos persegue e não adianta beijar a menina mais bonita! Ela não é capaz de te livrar! Não. Até porque muitas vezes ela está se sentindo assim também! Todos têm medo da solidão! No entanto, nos dias de hoje preferem ficar sozinhos!

Ah e já não se vê aquele mundo de antigamente... Confesso, que nem cheguei a conhecer e talvez nem tenha existido... E seja só uma forma de nossos pais nos dizerem que estamos desenfreados demais. Aceitamos facilmente tudo, experimentamos o risco para sentir prazer. Mas SEMPRE foi assim, ou não te lembras daquele tombo de bicicleta... ?

*Este texto foi escrito em 13/07/2001, em um caderninho azul numa aula de física do professor Jair. Era humanas até quando tinha que ser exatas.


quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Meus carrinhos













Hoje já não tenho mais meus carrinhos
Suas rodinhas se perderam por entre
Móveis vermelhos que o tempo também já levou
Hoje já não tenho meus brinquedos
E não é o mesmo também meu sorriso
E, nem tudo é fácil e prazeroso com era há pouco tempo atrás
Hoje já não tenho a inocência que tinha
E a capacidade de me preencher com coisas bobas
Meus sorrisos são mais exigentes
Minhas atitudes mais conservadoras
Embora muitas vezes extrapole
E ignore as regras deste sistema
Embora às vezes eu fuja às minhas responsabilidades
Claro! É extremamente difícil encarar o real...
As tardes de domingo na roça ou nos parques
Tornarem-se apenas lembranças
E fotos velhas que já se desgastaram de tanto serem olhadas
Essas tardes foram extintas
Embora o parque continue lá, no mesmo lugar
Às vezes o domingo amanhece lindo com sol irradiante
E céu azul sem nuvem nenhuma
E a gente nem pode notar
Hoje eu já não tenho meus carrinhos
E ainda que os tivesse
A perversidade com que nos olha o mundo
Nos impediria de brincar . . .