quarta-feira, 25 de novembro de 2009

de Esquerda


Sem idéias não se move o mundo
Os rumos, de ideais distintos
Parafernálias de concreto e ferro
Estruturas metálicas rugem
nas esguelhas do destino
no lampejar de todas maculas
e no sangrar de cada não resposta
se esvairia o homem de pensamento torpe
na mortificação que o instinto-homem aposta
sem idéias não se move um palito
os rumos são tortuosos
os dias massificantemente tenebrosos
e os senhores de todas as vontades, gozam!
E nos seus templos canibalescos contemplam
a vulnerabilidade dos que não discorrem
e toda alma viva
que não se ajuíza, afoita, morre!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Torcidas - Por um São-Paulino


Fiquei perplexo ao ver o Maracanã com 84 mil torcedores ontem, é bem verdade. Aquela torcida realmente é linda. Ao lado, da do Atlético MG e da torcida do Fluminense. Bom, o fato é que no estado de São Paulo, desde 1993, são proibidas as entradas nos estádios, com bandeiras com mastro, plaquinhas usadas para fazer mosaico – como as usadas pela torcida do Fluminense na homenagem ao jogador Washington e as utilizadas pela massa rubro-negra ontem – tudo por conta de um lamentável episódio na Copa São Paulo de Futebol Junior, envolvendo torcedores de São Paulo e Palmeiras. O qual culminou com a morte de um torcedor, atingido na cabeça por um mastro de bandeira – o que não é pouco – Além da perda irreparável que é uma vida, tivemos a perda de criatividade, devida a limitação imposta. Bom, então, é por isso que a festa nos estádios mineiros e cariocas, das torcidas, às vezes, enche mais os nossos olhos.
Bom , eu, São-Paulino desde que me entendo por gente – detesto essa frase, mas... na falta de outra que expresse melhor a distância entre um fato que não tem inicio, ou se inicia onde a memória falta, fica essa mesmo – Estou adorando a forma de pontos corridos adotada pelo campeonato brasileiro. E, não é pelo fato de o São Paulo ser o campeão nas três ultimas edições. Não. Nana-nina-não. É pela emoção! Pela possibilidade de torcermos por uma vitória de um time, cujas cores sempre nos foram sinônimos de rivalidade. Ontem, por exemplo, o Brasil todo, exceto, nós, São-Paulinos, cantarolava: “Botafogo, Botafogo, campeão desde 1910...” Alguns São Paulinos, tiverem o prazer, ou desprazer, de torcer pelo Corinthians no duelo contra o Palmeiras, neste segundo turno. E vão ter o desprazer, mais uma vez, de torcer pelo ‘timão’ contra o Flamengo. Eu, orgulhoso que sou, não torcerei pelo Corinthians, quiçá, por um empate. Mas não tem como negar que uma vitória Corintiana, a essa altura, será bem-vida. Será, mais que bem vinda, muito mais. Da mesma forma, que não darei a mínima pra essa partida, que para mim, será muito mais um jogo de compadres, se o São Paulo vencer o Goiás, no domingo. Aliás, vencer o Goiás no domingo. Goiás que ontem gritei tanto por ele. Tannnto, tanto, tanto. Costumo dizer, que no jogo, às vezes, se perde por falta de humildade. Às vezes não se perde só por falta de jogadores, como no caso do São Paulo ontem no revés contra um Botafogo, desesperado. O Tricolor, do Morumbi, jogou bem até. E um certo empate, logo após a derrota do Jason, me faz acreditar que foi a melhor derrota do São Paulo no brasileirão. A gente salva o Botafogo, e ainda fica tendo um a ver com eles. Depois eles vencem o Palmeiras, e os tiram da Copa Libertadores... que fica tudo certo. Sim, a derrota do São Paulo ontem teve gosto de vitória, mais que o empate do Flamengo, que mesmo tendo diminuído a distância do líder, bobeou. Como tantos outros têm bobeado. Em um estádio lindo, repleto de torcedores, que me desculpem, não fizeram a diferença, como anunciava o enorme Mosaico. Eu ainda brinquei quando li aquilo: “A maior torcida do mundo faz a diferença” pensei, trânsito no Rio de Janeiro em dia de jogo do Flamengo é foda, a galera do “Ou não” não chegou até agora. De maneira que quando chegassem todos, o Mosaico diria “A maior torcida do mundo faz a diferença, ou não...”
Bom, temos duas rodadas pela frente, com seis times, ainda com chances de títulos. Além do atual campeão, em seguida vem Flamengo, que convenhamos, está precisando vencer um brasileiro – mas que não seja esse – O Palmeiras, que convenhamos, está precisando de um título que não seja o campeonato Paulista, o Inter, que aceitaria campeão, desta vez, só porque descobri que Luís Fernando Veríssimo é colorado. E AINDA tem Atlético-MG e Cruzeiro, que não dá para torcer para eles, uma porque meu pai é Galo, e vai me encher, dois porque o cruzeiro é meu arqui-rival este ano.
Bom, pode até ser que a torcida do Flamengo, seja a que mais incentiva seu clube, mas o Flamengo, é o time que menos incentiva sua torcida. Bom, ontem, a torcida rubro-negra fez a sua parte, deu show. Mas faltou um pouquinho de humildade. Então, final de semana que vem o São Paulo vai estar ensinando em Goiânia, como se vence o Goiás.
E me perguntaram por que a torcida do São Paulo, tem chamado o tricolor paulista de Jason. A minha reposta, foi: “porque a torcida do São Paulo é criativa”
Por causa de Julho Agosto Setembro Outubro Novembro – são as iniciais dos meses que o São Paulo joga melhor J A S O N – Depois vieram dizer que é porque o São Paulo sempre volta, quando pensam que está morto. Não é verdade! Nem isso, nem o lance de “O campeão voltou” o Campeão não voltou, o Campeão sempre esteve aqui! No seu lugar de campeão!
Bom, e só um último lembrete, “A maior torcida do mundo, foi ontem a do Botafogo” Não a do Flamengo... E não vou dizer que, ela, não tenha feito, de fato, a diferença!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Erros Contumazes


Quando precisamos trocar o lençol?
Quando precisamos cortar o cabelo?
Quando a barba por fazer nos cai melhor?
Para tudo há um limite.
Não se limite, contudo. Vamos?!
Caminhemos rumo ao desconhecido
Já tão conhecido. As-sus-ta-dor-a-mente conhecido.
Sim, se teme muito mais, aquilo que já se conhece
O que já se reconhece. Ou quando se reconhece em algo dominador...
Já sabemos de tudo. A morte não nos matará mais
Nada nos matará além
Do que estas verdades sem solução!
É interessante como as coisas mudam
É interessante... mudam, mudam...
Tudo a nossa volta muda
E nós por mais que mudemos, não...
Não mudamos em nada. Absolutamente nada.
Nada. Nada É uma palavra que não nos é bem aceita
Quando vem em tom de critica então...
Tem cunho reflexivo!
“Você não sabe fazer nada”, machuca.
E não deveria... posto que Nada é algo que nem sabemos
O que significa.
Mas não dá para ficar sem fazer nada.
E devemos mudar, ao menos de lugar, para que as pedras que rolam dos barrancos
Não destruam nossa casa. Estejamos preparados para quando vierem
E hão de vir.
Os problemas tardam mas não falham, diferentemente de mim que falho e não tardo...
E sempre sou surpreendido pela mesmice
Mas isso não é particularidade minha, todos nós
Continuamos a ser surpreendidos pelas mesmas pancadas
Esperadas, e que mesmo assim nos pegam desprevenidos
Continuamos a chorar o mesmo choro. O qual conhecemos
Mesmo sendo desconhecido
Sabemos demais sobre nós. E sobre o que diariamente nos mata
Mas estamos aprisionados às essas dores, sem as quais
Respirar dói... Sorrir dói... viver dói...
Nada mata mais do que o Amor, infelizmente
Não temos mais faces a oferecer a tapas
E mesmo assim... não atingimos compaixão
Desconfie de pessoas que te abordarem com palavras como
solidariedade e fraternidade
E pai, perdoai, elas mal sabem o que dizem...!
É muito mais interesse e auto-promoção do que amor ao próximo
Nosso dever é viver, enquanto vivos
E morrer, enquanto necessário
Passamos a maior parte da vida em luto
E chegamos, em meio a modernidade e a globalização
Ao cumulo de ter que pagar a alguém para falar sobre nossas vidas.
Escuta. Eu pago pra isso!
Não há mais com quem se abrir. Estão todos fechados para si
Ninguém abraça ninguém, agarrados aos seus problemas
Lhes faltam braços...
Só a morte concreta não nos basta
Haveremos de morrer cada vez que nos decepcionamos
É impressionante como nos decepcionamos. Cada vez mais
Cada minuto mais. Cada segundo mais
E quem mais nos decepciona é sempre quem mais nos deveria passar confiança
Quem mais me decepciona, está tão comigo que chega a ser eu
É impressionante como gostaríamos sempre de ser algo diferente do que o real nos mostra
É impressionante que continuemos a celebrar os mesmos tombos
É impressionante perceber que com a evolução de tudo
Não aprendemos a evoluir internamente
E ao passo que tudo evolui
Damos novos nomes as mesmas dores. Obrigado

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Para Morrer



Quando eu morrer vou sentir tanta falta minha...
Saudade de falar besteiras...
De falar com pessoas como você...
De ir a lugares que ainda não fui
Mas terei ido em vida...
De beber,
De dançar
Sem saber mesmo
Porque não me importo com a opinião alheia
Vou sentir muita falta dos meus amigos...
De pessoas que nem conheci ainda...
Do sol... da lua... da chuva,
Do vento girando cata-ventos
Do São Paulo vencendo o Corinthians!
Ahhh quando eu morrer sentirei tanta falta minha
Tanta falta nossa
Tanta falta sua!
E é, exatamente por isso que quero morrer em vida
Morte súbita em plena adrenalina
Jogando bola
Sorrindo
Pulando
Ou com os meus amigos
Morte em vida!
E não morte predefinida
Na cama de um hospital
Amargando as brancas paredes
E as brancas enfermeiras
E as brancas folhas dos últimos dias de uma vida
Que não pôde por mim ser escrita
De dias de vida não vivida
Vida esticada
Vida implorada, mendigada!
Não. Quero morrer em plena vida
No pique de uma corrida
Não quero a brancura dos médicos e enfermeiras
Nos meus últimos instantes
Quero cores, amores, flagrantes
De coisas proibidas
Quero a sorte não escolhida
De dar o meu ultimo suspiro em vida
Eu quero morrer assim
E desde já deixo avisado
Quero a surpresa de no instante próximo
Um coração parado
E não dias, meses e anos de um coração agoniando
Sabendo que a vida é uma questão de tempo
Tempo que não passa rápido como passa nos momentos de vida
Tempo que no leito de um hospital
Em estado terminal, já é acréscimo pra uma vida
Que só tardará em instantes deprimidos a nossa despedida
E encontrar o desconhecido
Ver o retrato do outro lado
A passagem
A viagem
Não pode ser precedida
De um grande sofrer
E estragar o encanto de um segundo
Que a vida inteira ficamos curiosos
Para ver
Não. Acho que o melhor é nem ver
E de repente entrar pela porta de acesso à saída
Morte súbita, em plena vida...