terça-feira, 13 de dezembro de 2011

...de uma palavra















Neste momento tão mesmo
Uma palavra me beira...
Se encosta nos meus ombros... me cheira
Neles faz carinho... e meu rosto beija

 Neste instante tão fugaz
Poesia no meu canto se faz
Uma palavra me rodeia
Me oferece um diálogo
E se deixa roçar meu braço
Essa palavra me ama e me odeia

Essa palavra me chama
Me espera na cama
Na cabeceira...

Essa palavra me dá alegria
Às vezes por ser tão grande me irrita
Ela não me chama
Antes, me grita! Num sussurro provocante...
Mas vou confessar uma coisa
Essa palavra não é minha
E então a expulso de mim
Meu corpo não quer palavra nenhuma agora
Ordeno a ela: se ponha daqui pra fora!

E não adianta, nada acontece...
Eu recebi a palavra na minha prece
Devo conjugá-la, misturá-la
Envolvê-la com substantivo, adjetivo e advérbio
Pois todos nós somos filhos da mesma palavra:
a saber, o verbo!

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