domingo, 23 de janeiro de 2011

Ames



Quando estiveres comigo... derrama além de lágrimas a poesia que me reservas.

Não guardes somente para ti sentimento tão bonito.
Amar é antes de doer-se, doar-se.
Para que tenhas acesso ao teu coração
É preciso entender quem Nele habita.
Para que tu possas te encontrar
E necessário que ceda espaço ao outro.
Teu íntimo pede a presença de mais um.
Ainda que queiras a independência neste momento: me ames; amor é complemento.
Quando as minhas atitudes te incomodarem e desejares o meu fim.
Me ames! Pois estarei para ti, como estás para mim.
Me amarás me conhecendo...
Quando não puderes mais deixar de pensar em mim.
Me ames escurecendo.
E quando me olhares buscando o porquê de me amar.
Me ames amanhecendo.
O amor é sorrateiro, contínuo, trapaceiro e infinitamente fugaz.
Quando julgares que não me amas. Me amarás bem mais...
Quando já não puderes mais sustentar tamanho sentimento.
Me entrega-o que procurarei por outro leito.
Mas saibas que enquanto houver motivo, pulsarei em teu peito.
Quando desejares não mais me amar, por medo de me perder.
Me ames com a pureza de uma criança: amor, além de tudo, é insegurança!
Quando o amor for para ti como um fardo pesado e ainda assim prazeroso.
Não me soltes!
E saibas que muito antes de me amares eu já te carregava...
Quando por falta de espaço desejares não me ver.
Entenda que, dos sentimentos, o amor é mais astuto e invasivo.
Quando acordares pensando em mim e desejares me ligar,
não resistas pois amor é como um vício.
Quando desejares não mais me ver por medo de se machucar.
Mais me procures. Amor pede sacrifício.
Abdicar-se de algo que precisa não é nada bom senão para o teu ego.
Quando impaciente desejares não mais me esperar. Tudo bem, eu me entrego.
Entre erros e acertos eu buscava a ti em cada investida frustrada.
E quando eu não mais couber em teus sonhos, me ames acordada.
Quando já não puderes me encarar sem a presença de uma lágrima.
Me ames e lança à mão todas estas angustias...
e antes de partir, abra todos os embrulhos que te trago no meu olhar.
Antes de ir... leia todas as palavras do meu coração.
Quando já não puderes mais entender...
Me ames pela irracionalidade que este sentimento pede.
Me ames na certeza de que enquanto me amares saberás onde estou
E quando houver dúvida. Me ames por aquilo que não sou!
Fecha agora este livro. Apaga a luz. Suspira fundo e vá dormir.
Esqueça todas as palavras que te disse acima. Pois amor não é cartilha.
Me ames da maneira que puderes. Ou não me ames. Amor é partilha!

Um comentário: