domingo, 4 de outubro de 2009

Chavão necessário

Eu até tentei escrever um poema de amor
Juro que tentei! Rascunhei folhas e folhas
Para amassá-las e jogá-las em um lugar
Onde um coração magoado e desconfiado não pudesse achar!
Eu até tentei... mas minhas palavras se estouravam feito bolhas
Quando tocam em qualquer coisa pelo caminho
Coisa nenhuma, coisa que não é amor - coisa que é espinho!
Ou o que for que nem sei! Tentei... Tentar, tentei!
Sei que tentei, passei por cima das angustias e barreiras
Saudades, lembranças, dores, risos... faltas
Me faltaram palavras, como gravidade aos astronautas
Você não é, nunca foi, e nem será a minha metade
Não! Sem você não chego a meio - você é desigualdade!
Sou menos, sou incompleto, passo despercebido
Sou discreto... inibido, incompetente, aflito
Não consigo olhar futuro nenhum, admito!
Não sou rei, não sou chefe de nada!
Não sou feliz e nem sou poeta
Não sou dono do meu nariz
Não sei qual minha meta!
Não encontro o porquê d'esse meu escrever diário
Sem você, não sou mais que um Chavão Necessário!
Sem você eu falto
Não sou dono de mim mesmo
Sou chão, sou asfalto
Vivo a esmo!
Não sei escrever poema nenhum de amor
Não sei encontrar as palavras que antes moravam no topo da mente
Sem você sou 'sengracez' de um quadro incolor
Sou a idéia tentando fazer-se viva... inutilmente!


O discurso exagerado de quem ama - na idéia de quem não sabe viver sem o outro - e que o outro o completa é um chavão. Porque todos quando amam, ou se apaixonam, ficam vislumbrados com a figura do ser amado... E os elogios superlativados são inúmeros (chavão, porque é comum entre todos) todavia amar, é um estado de graça que só compreende quem está amando (amar, leia-se apaixonado) Então, embora seja um chavão - e entendo que a boca fala do que está cheio o coração - este é o momento mesmo de falar... Porque se tem que ser explicado, que não se trate da experiência alheia... seja da sua! Claro, é o momento de se tentar explicar o porquê de um sentimento mudar toda sua rotina... E fazer planos... Entender o que te deixa neste estágio, cego, louco, mágico. É um chavão! Mas é necessário se dizer! Pelo motivo de que é a sua vez... Você tem que dizer, antes que a maré baixe... e quando se trata de paixão, baixa. A maré baixa...
Paixão é um sentimento contraditório... O mesmo que você não pode viver sem hoje, estando cego, amanhã é aquele que você preferiria ser cego para não voltar a vê-lo. Sendo assim, amor mesmo, poucos vivem. E me reporto a sabedoria das criancinhas (“Todo mundo menos eu e Deus”) (“Comigo não tá”) (“ultiminho”) O amor, é um estado que se inicia com a paixão e que compreende mais coisas (além da paixão) porque quando a maré baixar, outras coisas prevalecerão. Como a boa conversa, compreensão, o compromisso, o carinho e todas as intimidades que foram conquistadas no estado inicial da paixonite... E é isso que manterá a união na esperança de que, posto que é chama, pode voltar a arder! A paixão se fortalece e se desgasta, mas tem que ter amor... O amor é um conjuto! Sim, amor... Esse sentimento necessário, esse sentimento tão chavão ... e por que não dizer, idiota? (sem ou com ambiguidade)

3 comentários:

  1. do amor não há muito o que falar sem q recorramos a chavões ... amor é sentimento q se vive ... que nos arrebata pela pele, pelos poros, e maneira sutil e inexplicável ... falar dele ... não há como ... puro sentimento ... só isto

    bjux

    ;-)

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  2. Ooi! Adorei esse poema! Foi vocÊ mesmo que fez? VocÊ se importa se eu colocá-lo no meu perfil do orkut? :D Beijos :**

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  3. Claro que não me importo querida... pode colocar! beijos!

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