terça-feira, 26 de abril de 2011

... mãos no bolso



















com as mãos nos bolsos
não se pode cair
não se pode abraçar
não se pode correr
não se pode lutar
não se pode beber
não se pode transar
pedir? mão se pode...
sonhar? talvez... talvez se possa sonhar
gesticular, não se pode
amar? se pode?
mas se entregar, se entregar não se pode
A indecisão é como a vida com as mãos no bolso
a indecisão te limita
te ata! mãos e as pernas
É preciso enfrentar a vida
o problema
a situação
o amor
o Não
o Sim
o que vier
e o que der
e o que não der
mas... tiremos as nossas mãos dos bolsos
com as mãos nos bolsos
todo cuidado é pouco

sábado, 16 de abril de 2011

Finalidade



















O amar é ridículo
Ama-se para quê?
Me explique! E me calo
Ama-se para ser amado? Poupe-se!
Responda se puder...
É difícil encontrar uma finalidade
Responda-me: ama por quê?
Incontestavelmente, irás sofrer
Dolorosamente irás viver
Inconstantes serão teus sorrisos
Chorosas serão tuas palavras
Únicos serão teus sentimentos
Lógico que não sei o porquê
O amor é ridículo; e nós sem ele, o quê?

domingo, 3 de abril de 2011

Procura
















Toda criança sabe em si o sentimento amor
Sabe! Em cada movimento que faz
Passada essa fase, vai-se o encanto
O sorriso, pende-se ao pranto
E amor, não se acha mais
Quando criança,
O sorriso é fácil, espontâneo
O adulto inventa sorrisos
Amar: desafio do contemporâneo
O sorriso diminui à medida em que se cresce
Crescer, requer vitamina
Ao passo que contamina!
Nesta dura proporção absurda
A paixão aponta uma esperança
Mas paixão, costumeiramente se apaga
Nesse momento nasce um filho
E um novo amor se propaga...
Mas o amor pertence a um ciclo
Seu mediador seja talvez o deus-tempo
O filho cresce, e o desamor reconhece...
Tudo então é artificial, como um ensaio de dança
Seria o canal do amor, apenas a criança?!
Talvez, mas não tome isso
Como verdade para sua vida
Esqueça o sono que te pesa as pálpebras
E venha idealizar a busca por essa loucura
Me tenha nos braços e perceba: amor é procura!