quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Tentativa



É natal! É natal, cantarola o jornaleiro
É natal! E isso me faz pensar!
Penso enquanto protejo a vela do vento
Não te apagues, chama natalina...
Um grito não sei se verdadeiro ecoa aqui dentro!
Curioso é descobrir a singularidade deste espírito
que tanto nos une...
E passar o Natal junto, não significa passar o mesmo natal
Natal é como que uma coisa singular, cada um tem o seu...
Todos guardam na lembrança
a memória de um Natal bom
Todos!
Mulher, homem, velho, jovem, criança...
Um vinte cinco de Dezembro
Marcado por uma data
Que algum encanto estava no ar...
Os que não guardam. Inventam!
Os natais inventados são ainda melhores!
Pecado? Não!
Desça do salto da hipocrisia, é tempo de Natal!
E de... esperança?
Quem nunca inventou uma história?
Todos os anos, milhares de fatos...
Cores, crenças, costumes, amores, desencantos
Alegrias, tragédias, acontecimentos
Preparam novos Natais...
E todos têm em si uma verdade (quase) definitiva
guardam na lembrança Um Feliz Natal
A partir do qual, todo Natal é Tentativa...

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Família Contemporânea



Os pais olham a criança feliz
E pensam atordoados:
É preciso cortar o mal pela raiz

E por sua vez
A criança nasce e já fica naquela:
Ou eu mato meus pais
Ou eles me jogam da janela...!






Pai joga filho do 18° andar e depois comete suicídio

Filho Mata pai para ficar com aposentadoria

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Velhos Jornais


Eu mudo como as fases da lua
E às vezes nem demoro tanto tempo assim
Não demore a dizer que me ama
Não procure novas casas em velhos jornais
Às vezes você diz que me quer
E eu já nem te quero mais!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Lição


Os mortos descansam em paz
Quem descansam em paz?
Os mortos!
Sujeito é aquele que pratica a ação
Ainda que esteja morto!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Hoje em dia


Hoje em dia
Livro
É uma coisa que preenche os espaços vagos da estante
Revista
É um lugar onde atrizes ensinam a manter a boa forma
Cadeia
É um lugar onde não é permitida a entrada de parlamentares...
Celular
É um lugar onde armazenamos nossas vidas
E chique mesmo é morar fora de casa!
Hoje em dia
Comer
É só um detalhe
A mesa fica vazia,
Porque sem ninguém na casa, esta fica fechada
Hoje em dia
Falar corretamente é cafona
Boa música tem que ter uma gostosona
E temos a impressão de que ser ou não bom dá na mesma
É só fachada
Porque não existe mais coisas como antes...
Foi-se o tempo em que havia bons programas de humor
E que TV era coisa pra família
Pai, mãe, filho, avo, avó e namorada
Sim! Foi-se o tempo em que
Um porque,
Por quê,
Por que ou o porquê errado me irritava
Hoje em dia
A internet distancia as pessoas que se julgam próximas
(e não vivemos mais sem isso)
E a globalização... É uma grande piada!
Sem contar nas peças que a vida prega
Para toda exceção existe uma regra,
Inclusive para esta que diz, que para toda regra há uma exceção
E digo mais:
Compressa
é um ato que se consuma devagar
Glande
é uma pequena parte de um grande corpo
Os grandes lábios
ficam longe da boca... quase sempre!
E o canal deferente
é igual em todos os homens
Breganha
é a palavra que usamos quando houve uma barganha de palavras
Agente
é um ser singularizado em sua profissão
Hoje em dia, o verbo dar,
tem se tornado intransitivo! (sentido completo)
E o meu principal motivo...
É na vida, transitar...
Até que chegue o amanhã...!

domingo, 6 de dezembro de 2009

Menina Veneno (Analisando a Letra)



Meia-noite no meu quarto, ela vai subir
Meia-noite no quarto dele, e em Brasília, zero hora!
ouço passos na escada, vejo a porta abrir
um abajur cor de carne, um lençol azul
Um abajur cor de quê? Carne? Putz! Que cafona!
Mas assim, carne vermelha ou branca? Assada ou cozida?

cortinas de seda, o seu corpo nu
(Não adianta agora querer
Consertar com cortinas de seda, nada mais se salva em
Um lugar com um abajur cor de carne..)
“O seu corpo nu” Ela já subiu toda, toda, “como veio ao mundo”

menina veneno o mundo é pequeno demais para nós dois
Renego. Reluto. Esforço-me para acreditar, que este Veneno, da menina,
É só pra rimar com pequeno...

em toda cama que eu durmo
só dá você
só dá você
só dá você
pelo contexto, não estranharia se o pronome antecipasse o verbo...
De maneira que...
“Em toda cama que eu durmo
Só você dá...
Só você dá...
Só você dá... a a a a a”
Ah, neste caso, a repetição do a, no final
Substituiria do “e”, “e”, “e,” “e” do só dá você e e e e, sabe?
Já percebeu como adoram este recurso, de irem repetindo
Os Es e As???

seus olhos verdes no espelho,
brilham para mim
(Nem vou comentar, só porque gosto de olhos verdes)
seu corpo inteiro é um prazer
do princípio ao sim
(onde é que fica esse sim, hein?
Bom, se pensarmos na cabeça como principio, o sim, talvez, fossem, os pés
Ou vice-versa?
Ta, que poderíamos entender, o Sim, como uma permissão
Mas haveria, dúvidas? Se ela é quem o procura?
Se ela se apresenta tão disposta, não diria um Não, pra ele...)

sozinho no meu quarto
eu acordo sem você
Curtiram essa parte, né?!
“SOZINHO no meu quarto
Eu acordo sem VOCÊ”
Ah, sério?! Estranho seria se SOZINHO

Você acordasse com ELA
Uma vez que está sozinho
Não está com você!!!
Afinal de contas, SOZINHO é sozinho
Portanto, acorda sem você, sem ela,
Sem Menina, sem o Veneno, sem entorpecentes
Sem NINGUÉM!

fico falando pras paredes até anoitecer
Bom, ele fica falando pras paredes até anoitecer...
Já pararam para pensar na vida desse sujeito?
Esse cara não faz mais nada da vida, concordam?
Sim, se acorda, “Sozinho sem Você”, supõe-se que é de manhã
E fica falando para as paredes até o anoitecer...
Que tempo lhe sobra para outras atividades?
Sim, pois se ele fica falando pras paredes até o anoitecer...
Anoitece, a Menina Veneno chega de novo, é um ciclo!
Haja saco! Desculpe! Haja ouvidos...
Depois, de Menina Veneno, o bordão:

“As paredes têm ouvidos”, passou a ter sentido literal!!!
menina veneno,
você tem um jeito sereno de ser
claro, sereno e tranqüilo, observem:
em toda noite no meu quarto vem me entorpecer
(Sim, além, de a Menina Veneno, usar entorpecentes
Ainda vem entorpecer o rapaz – que convenhamos
Não deve ser lá grande coisa – pois sequer trabalha
Como ficou comprovado nos seus desabafos com a parede)

me entorpecer (2x)
Me entorpecer, repete mais duas vezes
O que pode causar uma overdose nele a qualquer instante!
Ia dizer, dependência, mas, este, já é dependente
Pois: “em toda noite no meu quarto”
Passou de uma vez, não é mais curiosidade,
Nem experimento, é vicio!

você vem não sei de onde
Reflete a perda de valores
Com uma qualquer!
Só porque tem os olhos verdes
...

eu sei, vem me amar
eu nem sei qual seu nome
Não sabe nem o nome, vem reforçar
mas nem preciso chamar
Algumas considerações:
E como deixa uma estranha, entrar em sua casa?
E ir subindo escadas e tudo mais?!
Sim, bateu na porta, tocou a campainha???
Não! Pois ele estava já no quarto, quiçá na cama
A espera da Menina Veneno, com sua bolsa
Cheia de entorpecentes... E, depois, do quando ele acorda
Ela já se foi... Coitado, nem viu nada, dopado que estava!
E chora pras paredes o dia inteiro!

menina veneno
(Menina Veneno, está te matando meu amigo)
você tem um jeito sereno de ser,
em toda noite no meu quarto
vem me entorpecer
me entorpecer (2x)

Menina veneno ...

Na verdade, na verdade mesmo,
esse cara se entorpece sozinho,
não tem menina coisíssima nenhuma,
é tudo alucinação da cabeça do coitado...
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Menina_Veneno


"Menina Veneno" é uma canção interpretada por Ritchie, cantor e compositor inglês radicado no Brasil, escrita em parceria com Bernardo Vilhena e lançada no ano de 1983 no álbum "Vôo de Coração", pela gravadora Sony. A música é um rock-pop misturado a MPB e possui um solo harmônico de saxofone em sua versão original.

É uma canção executada nas rádios até os dias de hoje e ja foi regravada por grandes ícones da música brasileira, como Rita Lee e Zezé di Camargo & Luciano.

Foi a canção mais tocada no ano de 1983 nas rádios do Brasil.


quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Nova-mente


É comum demais na vida
A gente querer um tempo pra gente
Sentar-se só em lugar nenhum
Porque qualquer lugar é lugar
Quando tudo o que se precisa é você
Nesses momentos, um resumão da sua vida
Lhe é apresentando por você
Que é ao mesmo tempo apresentador de slides
Com trilha sonora à gosto
E telespectador
E cada slide mostra você de uma forma
Rindo, chorando, feliz, impaciente
Rouco, bem acompanhado...
É como se nesse momento disséssemos para nós
Enquanto apresentadores:
Volta esse... pula esse – queria parar o tempo nesse!
Estava feliz! Eu era feliz...
Depois acaba essa fase e chega-se a uma conclusão:
Preciso de uns minutos pra chorar
E você – apresentador – dá um tapinha nas suas costas
E diz pra você: tudo bem, vai lá!
Pois nesse momento, se precisa chorar mesmo
Pois no choro mora um segredo grande
Após o choro tem-se uma sensação de conforto
De alívio, de esperança...
Sim, a gente enxuga as lágrimas e se olha no espelho
Como quem diz: pára! Já chega!
Verifica alguns traços do rosto
que revelam que o tempo está passando rapidamente
respira fundo... e diz: vamos lá!
Como que dando um chacoalhão em si mesmo
Nesse momento a gente acredita que tudo vai mudar
Sai renovado por um instante diante do espelho
Como quem tira uma roupa suja de barro
E toma um banho demorado no banheiro
E se delicia com o vapor...
Como quem troca a carcaça
Como em dia chuvoso... que depois surge o sol
E as arvores são verdes e tudo é paz...
É nessas horas que a gente pensa que não tem nada
E percebe que muito do que a gente precisa
Está ao nosso alcance
Não, não podemos controlar as pessoas
Fazer com que nos amem
Deixar de sofrer
A vida parece estar a todo tirando da gente sempre
A parte que a gente mais quer
Tiram tudo da gente
Roubam a gente em cada segundo
Ferem o coração a todo instante
Cortam, maltratam...
Mas o bem maior está aqui dentro
É olhando para dentro que se vê melhor o que está de fora
E isso ninguém vai poder tirar de nós
Nenhum rei, político, papa, povo, presidente...
Sei que também não deixa de ser uma sensação passageira
E me conforta saber que depois posso chorar de novo, nova-mente!